segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Mensalão, eleições e supremo comprometido.

A pressão da mídia golpista e dos partidos de oposição para que o julgamento do entitulado “mensalão” fosse realizado em pleno mês de agosto não foi à toa. No próximo mês de outubro, haverão eleições para prefeito e vereadores, e o julgamento por si só, torna-se um vitrine aos partidos partidos de oposição, principalmente ao PSDB, com o objetivo de desgastar e desqualificar seu principal adversário político que é o PT.
Para isso, a mídia espetaculariza (principalmente a Rede Globo) o julgamento, como se esse fosse o “maior espetáculo da ética política” já realizada em todos os tempos. O PSDB está “apetitoso” e com “sangue nos olhos” para que o ex-ministro José Dirceu seja condenado, uma vez que o mesmo é filiado ao PT, e na visão tucana, isso significaria uma dura derrota aos petistas. No entanto, não há provas concretas sobre José Dirceu, afirmado inclusive pelo Procurador Geral da República, Roberto Gurgel. O que existem, são apenas acusações verbais de outros acusados. A cassação de seu mandato de deputado, portanto, foi uma cassação meramente política, sem provas que pudessem condená-lo.
Há quase 10 anos, os partidos de oposição vêm em uma trajetória decrescente, principalmente o PSDB, DEM e PPS, cujos resultados eleitorais vêm diminuindo significativamente as suas representações. Chegaram ao fundo do poço, onde o discurso neoliberal não faz mais eco, e alguns partidos como é o caso do DEM estão verdadeiramente fadados à extinção. Vivem uma crise de identidade profunda e não conseguem articular novos discursos para se contrapor ao PT. Tanto é verdade, que alguns espertalhões, como é o caso de Gilberto Kassab, resolveram romper com o DEM e criar uma nova legenda que já nasceu pragmática, compondo com quem lhe dá espaço.
O julgamento do “mensalão”, por sua vez, seria então uma forma de desgastar a legenda petista e fortalecer as candidaturas do PSDB/DEM/PPS. O que estão em jogo nestas eleições não são apenas prefeituras, mas também o governo de estados importantes nas eleições de 2014, que é o caso do estado de São Paulo onde os tucanos administram há duas décadas.
Apesar da oposição e mídia espernearem, a população parece estar indiferente ao julgamento e cansadas de assuntos judiciais que mal entendem.
Mensalão e Mídia internacional.
A dificuldade do STF para julgar a AP 470 sem esbarrar no envolvimento dos tucanos em ação semelhante, nas Minas Gerais, também foi citada em matéria do conservador El Clarín, de Buenos Aires: “Embora seja uma sentença muito aguardada por alguns setores do governo e da oposição, não parece simples. Um dos 11 juízes do Tribunal tem denúncias contra ele. Trata-se de Gilmar Mendes, de quem se diz ter sido beneficiado por um esquema semelhante de corrupção montado em 1998 em Minas Gerais pelo ex-governador daquele Estado, o social-democrata Eduardo Azeredo. Coincidentemente, os circuitos de dinheiro que impulsionaram esse governador também foram comandados pelo publicitário Marcos Valério.”
Para a rede norte-americana de TV CNN, os partidos de direita falharam completamente na tentativa de desgaste aos governos progressistas liderados pelo PT, que assumiram os destinos do país a partir da metade da última década. “A atual presidente Dilma Rousseff, também do Partido dos Trabalhadores, nunca foi conectada ao escândalo. Na verdade, Dilma Rousseff goza de uma forte taxa de aprovação de 77%. A visão de muitos brasileiros é que ela tomou uma posição firme contra a corrupção, despedindo seis ministros suspeitos de desvios”, afirma a emissora.

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