quinta-feira, 11 de março de 2010

Alivio na superlotação da delegacia- Veículos clonados são devolvidos.


Sem pátio para veículos apreendidos a delegacia de Monte Azul, sede da comarca, tem por muito tempo seus corredores e área externa tomado por veículos apreendidos pela Policia Civil e pela Policia Militar. As viaturas perderam suas garagens e passaram a ficar paradas na rua durante o expediente e nas garagens dos agentes quando fora de operação.
Diversos são os motivos das apreensões, mas no ano que passou os delegados de Monte Azul e também no vizinho município de Espinosa conseguiram tirar de circulação muitos carros clonados. Segundo dados da policia, no Brasil todos os anos cerca de 370 mil carros são roubados. Estima-se que, dentre eles 37 mil sejam clonados. Os veículos clonados usam placa, chassi e documentos copiados de outro carro, assim podem circular como duble de outro carro sem chamar a atenção da polícia, e até serem negociado. Alguns chegam a nossa região por meio de marginais com família em Monte Azul, mas que moraram ou passaram a circular entre essa cidade e o interior paulista.A preferência na região são pelos veículos utilitários.
Com documentos e placa de outros, inclusive gravação do numero do chassi no vidro, não fica fácil para um agente na rua ou em blitz pelas estradas identificar o crime, mas por se tornar comum o oferecimento desses veículos entre os moradores da região a policia começou a agir. Na identificação de placas de outro estado com moradores do lugar os policiais passaram a checar os dados dos documentos apresentados e na suspeita do crime o veiculo é apreendido.
Com um processo longo, onde os veículos são periciados. Para chegar ao verdadeiro número do chassi do “clone” os peritos precisam lixar muito, usar removedor de tinta e um ácido. Quando constatada a clonagem os veículos passam a superlotar as dependências das delegacias. A superlotação exigiu que os carros fossem estacionados em garagens particulares e da prefeitura municipal, além da utilização de pátio particular pertencente a dono de oficina e de Guincho. Uns poucos continuaram a trafegar cedidos para prestarem serviços públicos e a serviço da própria policia civil.

Preço baixo
Em oficinas envolvidas no esquema os carros roubados ganham aparência de legalidade. Nossa reportagem apurou que um documento custa em torno de R$ 250,00 e o serviço de clonagem custa R$ 1,5 mil no interior de São Paulo.
Um carro que custaria R$ 30 mil no mercado legal é oferecido por R$ 5 mil pelos bandidos. Todos veículos semi novos.
Para não comprar um carro falso é preciso desconfiar de preços muito baixos, e no caso de suspeita o comprador deve entrar em contato com o proprietário cujo nome consta no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do estado para verificar se esse proprietário por acaso não está na posse de outro veículo com as mesmas placas, orienta o delegado Mauro Pinho. Se o comprador optar por contatar a policia, essa tem o dever de verificar o veículo, mas de qualquer forma a fraude é descoberta na tentativa de transferência.
Lembramos que os condutores e compradores de veículos clonados também cometem crime e são processados pelos mesmos. Os seis veículos devolvidos ás seguradoras não enceram o processo contra os indivíduos que detinham a posse dos mesmos, conclui o delegado.

Recuperação e restituição de veículos roubados.
 As seguradoras, que pagam pelos carros segurados e roubados, contratam serviço de terceiros para localizar em todo o Brasil os veículos que foram clonados. Depois de pago o seguro a empresa passa a ser a verdadeira dona dos veículos extraviados, que se recuperados recebem tem chassi remarcado legalmente e são comercializados com novos documentos e conseguentemente nova placa.
Foi o que aconteceu com seis veículos que estavam apreendidos em Monte Azul. Um Ford F350, um Chevrolet Astra, Um Fiat Strada e três Montanas foram entregues pela Policia Civil e retornaram na noite de quarta feira(10), para São Paulo.
Um caminhão cegonheiro, foi contratado pelas seguradoras para buscar os veículos onde os peritos tiveram êxito e conseguiram identificar a origem dos clonados. Segundo o motorista e proprietário do caminhão cegonheiro, Carlos Alberto Rodrigues, os veículos transportados estarão em São Paulo amanhã, sexta-feira, e no mesmo dia disponibilizados para as seguradoras proprietárias dos carros.
Outros veículos aguardam pericia e continuam sob a guarda da policia, mas os seis veículos entregues, principalmente três que estavam na área externa do prédio da delegacia, abrem espaço para as duas viaturas da policia civil e novas apreensões.

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