terça-feira, 9 de outubro de 2012

REVITALIZAÇÃO FERROVIÁRIA E POLÍTICA EM MONTES CLAROS.



Não estou aqui para defender nenhum dos dois candidatos a prefeito que foram para o segundo turno em Montes Claros, mas defender o VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, mas tenho que falar sobre as próximas eleições pois o futuro da revitalização ferroviária entrou no jogo.
Ruy Muniz lançou em seu programa de televisão uma montagem onde coloca imagem de um trem bala nos trilhos em Montes Claros,emquanto falava de VLT. Paulo Guedes fala em tirar os trilhos do centro da cidade e fazer avenida. Ruy especula votos sem entender do assunto e Paulo, ignorante na área de transporte de massa, volta aos anos 70.
A oscip Amigos do Trem, junto a diversas autoridades e entidades públicas, vem defendendo a revitalização ferroviária e a implementação do transporte de massa economico e ecologicamente viável nas médias e grandes cidades. Aproveitar a infraestrura ociosa que corta a cidade e que pertence ao Governo Federal, sendo que a FCA apenas é concessionária de cargas, é muito mais viavel economicamente e socialmente.
O que é Veículo leve sobre trilhos - VLT
(em inglês: Light rail) ou Metrô Leve ou Metrô de superfície, é uma espécie de trem ou comboio urbano e/ou suburbano de passageiros, cujo equipamento e infraestrutura é tipicamente mais “leve” que a usada normalmente em sistemas de metrô.  
Os sistemas de light rail são normalmente elétricos, tipicamente alimentados por catenária (fiação aérea), mas havendo a diesel ou biodiesel.
Verificou-se que o VLT tem maior capacidade de transporte de passageiros entre os modais de mobilidade urbana, emite menos CO2 total por dia e consome menos combustível por passageiro.
No Brasil, o primeiro sistema de veículos leve sobre trilhos foi nos anos de 90, aproveitando um leito ferroviário em desuso a cidade de Campinas implantou um VLT, atualmente desativado.
O primeiro VLT contemporâneo brasileiro está em operação desde o final do ano de 2009 no aglomerado urbano do Cariri, sul do Ceará, entre as cidades de Crato e Juazeiro do Norte, o chamado metrô do Cariri, aproveitando antigo leito ferroviário. Elaborado pelo Governo do Estado do Ceara, esse VLT tem  um trajeto de 13 km, com oito estações de embarque e desembarque, transportando cerca de 35 mil pessoas por mês a R$ 1 a passagem.
A primeira capital brasileira e o mais novo sistema de VLT existente é o VLT de Maceió, sendo seguida por Fortaleza e Recife. Também pretendem implantar o sistema algumas capitais nordestinas, tais como São Luis, Teresina, João Pessoa, Natal, além de Brasília, Campo Grande, Rio de Janeiro, São Paulo,Arapiraca, e mais recentemente Cuiabá.
Estão ainda para implantação projetos em Maceió, Macaé e região do ABC Paulista.
Porque o VLT.
VLT em funcionamento no Cariri.
 O VLT tem custos de operação e implantação mais baratas do que um metrô, mesmo o de superfície. Esse custo de implantação diminui muito quando se opta pelo VLT a diesel.
Também possui custos competitivos comparados as linhas de Bus Rapid (ônibus em vias segregadas ou seletivas com paradas especiais, terminais e divisão de linhas trocais e alimentadoras).
O VLT não implica em uma utilização de uma larga faixa de domínio, apenas quando muito de vias segregada, mas se adapta bem a vias seletivas ou mesmo apenas preferências das ruas e avenidas já existentes das cidades, como pode ser visto nas cidades européias, sem a necessidade de divisões, muros ou viadutos, não comprometendo a paisagem urbana. Pode ser implantado aproveitando canteiros centrais de avenidas, antigos leitos ferroviários de perímetro urbano ou vias segregadas e seletivas de ônibus.
O VLT é uma alternativa em regiões onde uma linha de metrô, mesmo metrô de superfície ou monotrilho, não são viáveis economicamente, devido a custos de implantação ou menor volume de passageiros, podendo, portanto, ser complementar a rede de metrô convencional.
Um moderno meio de transporte que permite aos planejadores repensarem os espaços urbanos, revitalizarem o meio arquitetônico e contribuírem para o crescimento das cidades, sem danos ao meio ambiente. Seu estilo arrojado o torna ícone dos meios urbanos, atendendo a população, atraindo negócios e turismo.
VLT Montes Claros
Sugestão de Estações Tubulares para Montes Claros.
A cidade cresceu, o número de veículos aumentou muito e a estrutura para atender a esta demanda permanece praticamente a mesma. Existem medidas que podem ser tomadas, mas como qualquer intervenção viária significativa não é algo que aconteça do dia para noite. A implantação das soluções demanda de algum tempo e de recursos, porém, uma vez implementadas costumam resolver ou atenuar os problemas a médio e longo prazo
Uma Intervenção para minimizar os efeitos dos problemas de trânsito da cidade e melhorar a qualidade do sistema de transporte coletivo do município, que hoje enfrenta dificuldades, principalmente em horários de pico, devido aos congestionamentos. Além de tirar veículos do transito, o VLT inclui a população de baixa renda, trabalhadores e estudantes.
O VLT de Montes Claros poderá ter 14,18 quilômetros de extensão e sete estações inicialmente. Compartilhara a linha de cargas já existente e hoje administrada pela Ferrovia Centro Atlântica - FCA. Pode garantir uma capacidade de transporte variável entre 15 e 35 mil passageiros/hora/sentido. É, portanto, um meio de transporte de média capacidade.
Além da estação ferroviária local, se implantara 6 estações tubulares no entorno ferroviário, sendo elas: estação São Judas(final da Donato Quintino), estação ponte preta, estação Roxo Verde, estação villefort, estação parque de exposições, estação Av Minas Gerais (faculdades Santo Agostinho). Tem-se a opção da estação Funorte e estação Ceanorte.
A reforma urbana prevista no entorno ferroviário vai contemplar diversos trechos melhorando a circulação e a mobilidade de pedestres e ciclistas, principalmente próximo as estações. Além da construção das estações e um conjunto de melhorias na própria via permanente e nas áreas do entorno está previsto a construção, ampliação e requalificação dos passeios, travessias de pedestres, pavimentação e sinalização viária, além de iluminação pública. Itens de impacto positivo para a cidade.
Prolongamento.
O estudo de viabilidade poderá extender a abrangencia do VLT, e futuramente pelo menos esse transporte atingir cidades visinhas.
Em horários onde aprouver, tiver demanda, o VLT poderá ir a Capitão Enéas, com uma estação em Uratinga onde hoje existe uma comunidade rural criada pela Cemig com moradores remanejados durante nconstrução da barragem de Grão Mogol, e na outra ponta atingir Bocaiúva, via Glaucilandia e Alto Belo.
Todo o projeto depende da reforma da linha, que sofre manutenção sofrivel.
É um grande e viável projeto para Montes Claros, mas tem que ser viável economicamente e politicamente, e pode ser implantado em apenas um ano.
¨A busca de mobilidade não deve competir por espaços, e sim integrá-los¨.

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