quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Deputado Rogério Correia denuncia possibilidade de fraude em Proeb



Provas de avaliação da educação básica teriam sido feitas a lápis e respostas preenchidas por funcionários do CAEd.
Durante a reunião ordinária de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na fase de discussão de projetos, o deputado Rogério Correia (PT) denunciou a possibilidade de ocorrer fraude nas provas do Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb). Cerca de 125 mil alunos da rede estadual, que estão no 5º ano, fizeram as provas na manhã de terça (27) e quarta-feira.
Segundo o deputado, os professores aplicadores tiveram de orientar os alunos a preencher as questões no caderno de provas a lápis e deixar a folha de respostas em branco, sendo que o preenchimento dela a caneta seria feito por funcionários do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd), da Universidade Federal de Juiz de Fora, que foram contratados pela Secretaria de Estado de Educação para elaborar as provas.
De acordo com o deputado Rogério, a maquiagem dos resultados pode ocorrer. "É preciso uma fiscalização externa do procedimento. São 125 mil alunos da rede estadual, que estão no 5º ano. Haverá credibilidade dessas provas? Daqui a pouco a gente vê as propagandas: Minas avança na educação. E ninguém conta que quem marcou o cartão de respostas não foi o próprio aluno”.
Credibilidade - O deputado Sávio Souza Cruz (PMDB) apoiou a fala do deputado Rogério, reforçando que o motivo dado pelo CAEd para o preenchimento das folhas de resposta pela instituição é insatisfatório. “Se um aluno de dez anos não é capaz de preencher corretamente o próprio gabarito, então ele é capaz de que? A que ponto nós chegamos, nem mesmo as provas que são feitas em Minas tem credibilidade”.
A deputada Maria Tereza Lara (PT) disse que poderia ter sido feito um outro modelo de provas que os alunos pudessem fazer, já que foi constatada a dificuldade deles em preencher a folha de respostas em tempo hábil. Ela pediu que as provas sejam anuladas. O deputado Elismar Prado (PT) fez o mesmo pedido e comparou o procedimento do CAEd a um pai que faz o dever de casa para o filho, reforçando que as crianças de dez anos de hoje são muito espertas e teriam todas as condições para preencher as folhas de respostas.
Argumento dos governistas - O deputado Bosco (PTdoB), presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG, explicou que as provas do Proeb tem sido feitas assim desde a criação do programa e isso ocorre para resguardar o conhecimento dos alunos, visto que eles não conseguem fazer a transferência de dados do caderno de provas para a folha de respostas no tempo necessário. “A marcação da folha não é feita por ninguém da secretaria, mas sim do CAEd, uma instituição séria. Além disso, os cadernos são arquivados juntamente com as folhas de resposta e podem ser conferidos a qualquer tempo, por quem desejar”. O deputado Rogério Correia contra-argumentou que, como as provas são feitas a lápis, de nada adianta a conferência dos arquivos, já que, caso ocorra uma fraude, o que os alunos escreveram pode ser alterado.

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