O Senado aprovou nesta quarta-feira projeto
que obriga a emissão, de forma gratuita, do novo documento de identidade criado
pelo governo federal há mais de dois anos. O projeto prevê a gratuidade para a
primeira emissão do documento, um cartão com chip que vai substituir a cédula
em papel do RG (registro geral) nos próximos dez anos.
Autor do projeto, o senador Ciro Nogueira
(PP-PI) argumenta que o custo de 40 reais para a sua emissão é "muito alto" para diversos
brasileiros --por isso o governo deve arcar com a primeira versão do cartão. O
custo foi estimado em abril 2010, quando o governo anunciou a mudança do
documento, uma vez que a identidade traz um chip eletrônico com informações do
cidadão.
"Para se ter uma ideia, o valor orçado
corresponde a quase 10% do atual salário mínimo. Considerando-se a cesta
básica, calculada em abril de 2011, o valor cotado para emissão do novo
Registro de Identidade Civil fica ainda mais significativo", disse
Nogueira.
Relator do projeto, o senador Benedito de
Lira (PP-AL) afirmou que a troca do RG tradicional pelo documento eletrônico
vai proporcionar maior "segurança e eficiência" na identificação do
cidadão, mas não é justo que ele tenha que custear a troca.
"Busca-se,
por meio desta proposição, fazer com que o Estado arque ao menos com a primeira
emissão desse documento", afirmou.
O novo
modelo de identidade será único para o país e terá dez dígitos (uma sequência
de nove números mais um dígito verificador). Hoje, cada Estado adota uma
numeração diferente e sistemas próprios de emissão das carteiras de identidade,
sem se comunicarem.
Em São
Paulo, o documento tem nove dígitos; no Rio Grande do Sul, dez; e no Distrito
Federal, sete, por exemplo. A ideia do governo é trocar todos os documentos
--são 150 milhões atualmente-- em até dez anos.
Nesse
período, as duas carteiras (antiga e novo modelo) serão aceitas, pois a
substituição será gradativa e dependerá da capacidade do governo de aparelhar
os institutos com equipamentos capazes de gerar o documento.
O modelo da
carteira será similar a um cartão bancário com chip, reunirá dados pessoais,
CPF e título de eleitor, e a impressão digital adaptada ao AFIS (sigla em
inglês para Sistema Automático de Identificação de Impressões Digitais).
com informações da Folha de São Paulo.
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