A Rede Globo divulgou nota na noite dessa
terça-feira, 9, rebatendo o que chamou de “acusações falsas” relativas ao
processo da Receita Federal sobre a aquisição dos direitos de transmissão da
Copa do Mundo de 2002. Durante o dia, denúncias circularam na rede indicando
que uma funcionária da Receita foi condenada por “dar sumiço” nos processos que
eram movidos contra a Globopar, controladora das Organizações Globo.
José Roberto Marinho é citado nominalmente como
réu em processo (Imagem: Reprodução/Revista Super Sul)
|
Segundo informações do jornalista Luiz
Carlos Azenha, publicadas na página Vi o Mundo, a funcionária da Receita Federal Cristina Maris
Meinick Ribeiro foi condenada por “entre outras coisas, dar sumiço nos
processos” contra a emissora, conforme decisão da Justiça do Rio de Janeiro, assinada
pelo juiz Fabrício Antonio Soares em 23 de janeiro deste ano. “O sumiço físico
dos documentos relativos à Globopar se deu no dia 2 de janeiro de 2007. Gozando
de férias, Cristina Ribeiro foi ao local de trabalho e saiu com objetos
volumosos. A visita fora de hora foi gravada por câmera de segurança. Colegas
de escritório testemunharam contra ela”.
Em nota, a emissora afirma que não conhece
Cristina e não sabe quais seriam suas intenções ao extraviar dados oficiais.
“Diante das informações mentirosas que circularam nesta terça-feira, a Globo
Comunicação e Participações esclarece que soube, apenas neste dia 09/07, que
uma funcionária da Receita Federal foi processada e condenada criminalmente
pelo extravio do processo. A Globo Comunicação e Participações não é parte no
processo, não conhece a funcionária e não sabe qual foi sua motivação”. Na
ocasião do sumiço dos autos, o veículo “agiu de forma voluntária, fornecendo às
autoridades cópias dos documentos originais”.
Citando datas, a Globo esclarece cronologicamente
os fatos que aconteceram desde 16 de outubro de 2006, ao ser autuada pela
Receita Federal, até 30 de novembro de 2009, quando “tomou a decisão de aderir
ao Refis (Programa de Recuperação Fiscal) e realizar o pagamento do tributo nas
condições oferecidas a todos os contribuintes pelo Fisco”.
Furo dado por blog
Inicialmente, o caso foi noticiado em primeira mão pelo blog O Cafezinho, editado pelo jornalista Miguel do Rosário. No post publicado em 27 de junho, o autor da denúncia afirmou ter tido acesso a uma “investigação da Receita Federal sobre uma sonegação milionária da Rede Globo”. A apuração citou José Roberto Marinho como réu e divulgou, inclusive, número de CPF que pertenceria a ele. O artigo também trouxe cópias de documentos com o logo da Receita Federal.
O veículo teria criado uma empresa de fachada nas Ilhas Virgens britânicas para não recolher fisco no Brasil. Segundo a Folha de S. Paulo, a Globo teria declarado à Receita que investiu R$ 1,2 bilhão na compra de participação em companhia localizada no paraíso fiscal, isentando-se assim de pagar o fisco, já que investimentos ficam livres de impostos.
Furo dado por blog
Inicialmente, o caso foi noticiado em primeira mão pelo blog O Cafezinho, editado pelo jornalista Miguel do Rosário. No post publicado em 27 de junho, o autor da denúncia afirmou ter tido acesso a uma “investigação da Receita Federal sobre uma sonegação milionária da Rede Globo”. A apuração citou José Roberto Marinho como réu e divulgou, inclusive, número de CPF que pertenceria a ele. O artigo também trouxe cópias de documentos com o logo da Receita Federal.
O veículo teria criado uma empresa de fachada nas Ilhas Virgens britânicas para não recolher fisco no Brasil. Segundo a Folha de S. Paulo, a Globo teria declarado à Receita que investiu R$ 1,2 bilhão na compra de participação em companhia localizada no paraíso fiscal, isentando-se assim de pagar o fisco, já que investimentos ficam livres de impostos.
Leia íntegra do comunicado
divulgado pela Globo:
Como é de conhecimento público, a Globo
Comunicação e Participações adquiriu os direitos de transmissão da Copa do
Mundo de 2002. Em 16/10/2006, a emissora foi autuada pela Receita Federal, que
entendeu que o negócio se deu de maneira a reduzir a carga tributária da
aquisição.
Em 29/11/06, a empresa apresentou sua defesa
junto às autoridades, fundada em sua convicção de que não cometeu qualquer
irregularidade, tendo apenas escolhido uma forma menos onerosa e mais adequada
no momento para realizar o negócio, como é facultado pela legislação brasileira
a qualquer contribuinte.
No dia 21/12/06, a defesa da Globo foi
rejeitada pelas autoridades. Alguns dias depois da sessão de julgamento, para
sua grande surpresa, foi a Globo informada de que os autos do processo
administrativo se extraviaram na Receita Federal. Iniciou-se, então, a
restauração dos autos, como ocorre sempre nos casos de extravio de processos. A
empresa agiu de forma voluntária, fornecendo às autoridades cópias dos
documentos originais, tornando com isso possível a completa restauração e o
prosseguimento do processo administrativo.
Em 11/10/07, a empresa foi intimada da decisão
desfavorável, apresentando recurso em 09/11/07. No dia 30/11/09, a Globo tomou
a decisão de aderir ao Refis (Programa de Recuperação Fiscal) e realizar o
pagamento do tributo nas condições oferecidas a todos os contribuintes pelo
Fisco. O pagamento foi realizado no dia 26/11/09, tendo a empresa peticionado
às autoridades informando sua desistência do recurso apresentado (o que ocorreu
em 4/02/10).
Diante das informações mentirosas que
circularam nesta terça-feira, a Globo Comunicação e Participações esclarece que
soube, apenas neste dia 09/07, que uma funcionária da Receita Federal foi
processada e condenada criminalmente pelo extravio do processo. A Globo
Comunicação e Participações não é parte no processo, não conhece a funcionária
e não sabe qual foi sua motivação.
O relato acima contém todas as informações
relevantes sobre os fatos em questão que são do conhecimento da empresa. A
Globo Comunicação e Participações reitera, ainda, que não tem qualquer dívida
em aberto com a Receita. Como ocorre com qualquer grande empresa, a Globo
Comunicação e Participações questiona autuações que sofreu, na via
administrativa ou na judicial, o que é facultado a todos os contribuintes.
A Globo Comunicação e Participações reafirma, ainda,
acreditar que as autoridades competentes investigarão o vazamento de dados
sigilosos. A empresa tomará as medidas judiciais cabíveis contra qualquer
acusação falsa que lhe seja dirigida.
Globo Comunicação e Participações.
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