Trinta e sete profissionais vindos de países
da Africa de língua francesa: Benin, Burquina Faso, Burundi, Camarões, Chade,
Costa do Marfim, Senegal e Togo estão no Brasil a aproximadamente quatro meses
aperfeiçoando seus conhecimentos em cotonicultura em curso ministrado pela Universidade
Federal de Lavras em sua
parte teórica ministradas
em português com tradução simultânea para a língua francesa, sendo que na parte prática professores
e alunos viajam para a região produtora de Catuti, no Norte de Minas onde o
algodão é produzido em características climáticas e de solo próxima aos países
africanos.
No inicio da manhã de segunda-feira dia 10 de
Julho, os
cursistas, seus professores e autoridades serão recebidos pelo prefeito José
Barbosa no prédio no paço municipal. Zinga dará boas vindas aos visitantes que
serão apresentados a cidade e seus moradores. As 16 horas no plenário da câmara
municipal os presentes ao evento ouvirão o coordenador do curso de algodão da
UFLA, professor Antônio Carlos Fraga, o presidente da Associação Mineira dos
Produtores de Algodão(AMIPA); Inácio Urban e o presidente executivo do
Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Haroldo Rodrigues da Cunha. O ¨Projeto
de Retomada do Algodão no Norte de Minas¨ que atua naquela região a mais de dez
anos será apresentado pelo seu coordenador e criador Tibúrcio de Carvalho. ¨A ideia é que o projeto sirva de
modelo de produção e que possa ser replicado nos países africanos que tem como
foco sistemas de agricultura familiar”, relatou Tibúrcio.
Já o prefeito Zinga enxerga como muito benéfica
essa articulação de mão-dupla e enfatiza que reconhece os benefícios diretos da
cooperação técnica, tanto na transformação social e econômica do município e
região como dos países contemplados pelos projetos, como realidade da própria comunidade.
“Somos referência em produção de algodão no semi árido e queremos ampliar as
formas de intercâmbio de informações e tecnologias para impactar positivamente
a população em uma rica troca de experiências em que todos saem ganhando”,
comentou
O Curso
O projeto da UFLA, intitulado “Capacitação e
Transferência de Tecnologia na Cultura do Algodão”, realizado em 2014 em
parceria com o Ministério de Relações Exteriores – Itamaraty com foco na
capacitação e aperfeiçoamento de profissionais da África Subsaariana teve
resultado tão positivo que a universidade foi novamente convidada para dar
sequência, como coordenadora, do projeto Cotton Victória, que prevê a promoção
da cadeia produtiva e a melhoria técnica da cotonicultura nos países africanos.
Em maio de 2015 professores da UFLA participaram de uma missão técnica para
diagnóstico da cultura do algodão em três países da África: Quênia, Tanzânia e
Burundi.
Com recurso origenado de fundo criado para
financiar projetos que beneficiem a cotonicultura brasileira e de países do
continente africano, resultado do acordo entre Brasil e Estados Unidos no
âmbito da organização Mundial do Comércio (OMC) com base nos prejuízos sofridos
pelo Brasil em decorrência dos programas de subsídios à produção de algodão nos
Estados Unidos o curso é voltado para profissionais vindos dos países africanos,
separados por grupos segundo a lingua patria, que se graduaram em cursos de
Ciências Agrárias ou outras áreas de conhecimento e que atuam em projetos de produção
de agricultura familiar.
Os alunos recebem bolsa mensal, passagens aéreas,
seguro de vida e saúde, entre outros benefícios e capacitação oferecida pela
Universidade Federal de Lavras em parceria com o Ministério das Relações
Exteriores e o Instituto Brasileiro do Algodão.
O conteúdo aborda todas as etapas da produção
de algodão: fatores agrometeorológicos; organização e mercado; fisiologia e
botânica do algodoeiro; sistemas de cultivo; colheita e pós-colheita;
tecnologia e beneficiamento das fibras; industrialização; aproveitamento de
resíduos; e outros temas. O curso também contempla aulas de redação de textos e
português técnico.
Catuti
e região
A programação terá sequencia no dia sequinte,
terça feira (11) com visitas iniciando as 8 horas da manhã, sendo a primeira à
propriedades de José Alves de Souza, o Zé Brasil, onde os excursionistas
conhecerão um sistema de captação de aguas de chuvas em tanque escavado e
irrigação por gotejamento na cultura de algodão e o controle do
Bicudo(Anthonomus Grandis) com pulverização da lavoura com implementos de
tração animal e manual. Na localidade de Vista Alegre, nas terras do produtor
José Rodrigues de Souza, a oportunidade de presenciarem a alimentação do gado
com sub produtos do algodão e da parte aérea da planta como controle do Bicudo.
Também haverá aula prática de preparo do solo com subsolagem, gradagem
intermédiária com o professor da Unimontes Marcos Kondo.
A aula da quarta feira será toda na
localidade catutiense de Lagoa Escura, onde os cursistas em visita à
propriedade de Adelino Lopes Martins aprenderão na pratica como é feita a
Irrigação por gotejamento e aspersão e plantio de culturas pós colheita, arranquio dos restos culturais do algodão. Na
propriedade de Zé Aparecido conhecerão um sistema de alimentação de vacas
leiteiras usando caroço de algodão de forma suplementar proteica, fabricação de
queijos e derivados e irrigação de capineira.
Na quinta feira, dia 13, a turma se desloca
para a comunidade de São João do Bonito, município de Mato Verde, onde o tema
será o processo prático de deslintamento, beneficiamento de algodão,
classificação de fardos com código de barras e carregamento do produto. No dia
seguinte, também em São João do Bonito, haverá visita a uma lavoura de algodão
irrigado por gotejo com controle de ervas daninhas usando glifosato, manejo
integrado de pragas com foco no Bicudo.
No último dia, sexta feira (15/07), durante
todo o dia os visitantes circularão no mercado municipal da cidade de Mato
Verde, na feira de produtos típicos da região, ficando a finalização com avaliação
do curso no auditório da FAVENORTE em Mato Verde.
Essa etapa do curso com alunos da
africa francesa que iniciou em 10 de abril então sua carga horária total
de trezentos e vinte horas de aulas presenciais e aulas teóricas e práticas,
sendo que no ano que vem os técnicos serão de países de língua inglesa:
Quênia, Tanzânia e Malaui. Como dessa feita a parte teórica será ofertada na
UFLA e a parte prática tem previsão de continuar a ser na mesma região
produtora de Catuti.