domingo, 2 de julho de 2017

Curso de algodão traz africanos para aulas praticas na região de Catuti.

Trinta e sete profissionais vindos de países da Africa de língua francesa: Benin, Burquina Faso, Burundi, Camarões, Chade, Costa do Marfim, Senegal e Togo estão no Brasil a aproximadamente quatro meses aperfeiçoando seus conhecimentos em cotonicultura em curso ministrado pela Universidade Federal de Lavras em sua parte teórica ministradas em português com tradução simultânea para a língua francesa, sendo que na parte prática professores e alunos viajam para a região produtora de Catuti, no Norte de Minas onde o algodão é produzido em características climáticas e de solo próxima aos países africanos.
No inicio da manhã de segunda-feira dia 10 de Julho, os cursistas, seus professores e autoridades serão recebidos pelo prefeito José Barbosa no prédio no paço municipal. Zinga dará boas vindas aos visitantes que serão apresentados a cidade e seus moradores. As 16 horas no plenário da câmara municipal os presentes ao evento ouvirão o coordenador do curso de algodão da UFLA, professor Antônio Carlos Fraga, o presidente da Associação Mineira dos Produtores de Algodão(AMIPA); Inácio Urban e o presidente executivo do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Haroldo Rodrigues da Cunha. O ¨Projeto de Retomada do Algodão no Norte de Minas¨ que atua naquela região a mais de dez anos será apresentado pelo seu coordenador e criador Tibúrcio de Carvalho. ¨A ideia é que o projeto sirva de modelo de produção e que possa ser replicado nos países africanos que tem como foco sistemas de agricultura familiar”, relatou Tibúrcio.
Já o prefeito Zinga enxerga como muito benéfica essa articulação de mão-dupla e enfatiza que reconhece os benefícios diretos da cooperação técnica, tanto na transformação social e econômica do município e região como dos países contemplados pelos projetos, como realidade da própria comunidade. “Somos referência em produção de algodão no semi árido e queremos ampliar as formas de intercâmbio de informações e tecnologias para impactar positivamente a população em uma rica troca de experiências em que todos saem ganhando”, comentou

O Curso
O projeto da UFLA, intitulado “Capacitação e Transferência de Tecnologia na Cultura do Algodão”, realizado em 2014 em parceria com o Ministério de Relações Exteriores – Itamaraty com foco na capacitação e aperfeiçoamento de profissionais da África Subsaariana teve resultado tão positivo que a universidade foi novamente convidada para dar sequência, como coordenadora, do projeto Cotton Victória, que prevê a promoção da cadeia produtiva e a melhoria técnica da cotonicultura nos países africanos. Em maio de 2015 professores da UFLA participaram de uma missão técnica para diagnóstico da cultura do algodão em três países da África: Quênia, Tanzânia e Burundi.
Com recurso origenado de fundo criado para financiar projetos que beneficiem a cotonicultura brasileira e de países do continente africano, resultado do acordo entre Brasil e Estados Unidos no âmbito da organização Mundial do Comércio (OMC) com base nos prejuízos sofridos pelo Brasil em decorrência dos programas de subsídios à produção de algodão nos Estados Unidos o curso é voltado para profissionais vindos dos países africanos, separados por grupos segundo a lingua patria, que se graduaram em cursos de Ciências Agrárias ou outras áreas de conhecimento e que atuam em projetos de produção de agricultura familiar.
Os alunos recebem bolsa mensal, passagens aéreas, seguro de vida e saúde, entre outros benefícios e capacitação oferecida pela Universidade Federal de Lavras em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e o Instituto Brasileiro do Algodão.
O conteúdo aborda todas as etapas da produção de algodão: fatores agrometeorológicos; organização e mercado; fisiologia e botânica do algodoeiro; sistemas de cultivo; colheita e pós-colheita; tecnologia e beneficiamento das fibras; industrialização; aproveitamento de resíduos; e outros temas. O curso também contempla aulas de redação de textos e português técnico.

Catuti e região
A programação terá sequencia no dia sequinte, terça feira (11) com visitas iniciando as 8 horas da manhã, sendo a primeira à propriedades de José Alves de Souza, o Zé Brasil, onde os excursionistas conhecerão um sistema de captação de aguas de chuvas em tanque escavado e irrigação por gotejamento na cultura de algodão e o controle do Bicudo(Anthonomus Grandis) com pulverização da lavoura com implementos de tração animal e manual. Na localidade de Vista Alegre, nas terras do produtor José Rodrigues de Souza, a oportunidade de presenciarem a alimentação do gado com sub produtos do algodão e da parte aérea da planta como controle do Bicudo. Também haverá aula prática de preparo do solo com subsolagem, gradagem intermédiária com o professor da Unimontes Marcos Kondo.
A aula da quarta feira será toda na localidade catutiense de Lagoa Escura, onde os cursistas em visita à propriedade de Adelino Lopes Martins aprenderão na pratica como é feita a Irrigação por gotejamento e aspersão e plantio de culturas pós colheita,  arranquio dos restos culturais do algodão. Na propriedade de Zé Aparecido conhecerão um sistema de alimentação de vacas leiteiras usando caroço de algodão de forma suplementar proteica, fabricação de queijos e derivados e irrigação de capineira.
Na quinta feira, dia 13, a turma se desloca para a comunidade de São João do Bonito, município de Mato Verde, onde o tema será o processo prático de deslintamento, beneficiamento de algodão, classificação de fardos com código de barras e carregamento do produto. No dia seguinte, também em São João do Bonito, haverá visita a uma lavoura de algodão irrigado por gotejo com controle de ervas daninhas usando glifosato, manejo integrado de pragas com foco no Bicudo.
No último dia, sexta feira (15/07), durante todo o dia os visitantes circularão no mercado municipal da cidade de Mato Verde, na feira de produtos típicos da região, ficando a finalização com avaliação do curso no auditório da FAVENORTE em Mato Verde. 
Essa etapa do curso com alunos da africa francesa que iniciou em 10 de abril  então sua carga horária total de trezentos e vinte horas de aulas presenciais e aulas teóricas e práticas, sendo que no ano que vem os técnicos serão de países de língua inglesa: Quênia, Tanzânia e Malaui. Como dessa feita a parte teórica será ofertada na UFLA e a parte prática tem previsão de continuar a ser na mesma região produtora de Catuti.

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