terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Cometa se aproximará da Terra no fim do ano e poderá ser visto a olho nu


Em novembro deste ano, o cometa C/2012 S1 Ison se aproximará da Terra e é possível que seu brilho seja tão forte quanto o da Lua, podendo até ser avistado durante o dia. Apesar de muitas dúvidas, o que se sabe é que o cometa poderá ser de fato o mais brilhante dos últimos tempos. À medida que o cometa C/2012 S1 ISON se aproxima da Terra, as especulações sobre seu tamanho, magnitude e risco potencial começam a crescer.
A ação do calor do Sol sobre o corpo gelado do cometa criará uma brilhante cauda que poderá ser vista a olho nu. Isso deve acontecer do fim de outubro até janeiro de 2014. Mas o melhor dia para a observação deve ser mesmo 28 de novembro, quando o cometa atingir o ponto de maior aproximação.
Sempre que algum cometa ou asteroide é previsto a se aproximar bastante do Sol ou do nosso planeta, as especulações sobre sua origem, tamanho e risco de colisão são motivos de comentários.
A descoberta
O cometa C/2012 S1 ISON foi observado pela primeira vez através de imagens CCD registradas nos observatórios de Monte Lemmon e Panstarrs, nos EUA, entre 28 de dezembro de 2011 e 28 de janeiro de 2012, mas só teve sua órbita calculada a partir das observações feitas pelo astrônomo russo Artyom Novichonok e pelo seu colega Vitali Nevski, da Bielorússia, que utilizaram imagens feitas pelo telescópio robótico de 400 milímetros pertencente à rede ISON (International Scientific Optical Network), próximo à cidade de Kislovodsk, na Rússia.
A órbita de C/2012 S1 ISON é do tipo hiperbólica, portanto não é considerado como parte do Sistema Solar. Ao que tudo indica, o cometa teve origem na chamada nuvem de Oort, uma hipotética região do espaço localizada a 7.5 trihões de quilômetros (50 mil UA - unidades astronômicas), onde supostamente os cometas e asteroides se formam.
De acordo com alguns modelos matemáticos, a nuvem de Oort poderia abrigar entre um e cem bilhões de cometas, sendo a sua massa estimada em aproximadamente cinco vezes a da Terra.
Cometas mais Brilhantes
Até hoje, o cometa mais brilhante já observado e que teve sua magnitude estimada foi C/1965 S1 Ikeya-Seki, que em 1965 foi visto à luz do dia ao brilhar com 10 magnitudes negativas. Depois dele foi a vez de C/2006 P1 McNaught, o segundo cometa mais brilhante já registrado. McNaught atingiu magnitude negativa de -5.5 e se tornou um show no céu de todo o mundo, inclusive no Brasil, onde também pode ser visto à luz do dia.
Dúvidas
Os cometas são astros bastante temperamentais e muito sujeitos ao calor e forças gravitacionais intensas, que podem atraí-los e parti-los em pedaços. No caso de C/2012 S1 ISON, as duvidas se concentram em saber como o cometa vai se comportar ante a ameaça do Sol, que em alguns meses já começará a aquecer o seu núcleo para depois atraí-lo.
Durante o período de aproximação máxima, C/2012 S1 ISON terá grande parte de seu material sublimado, o que resultará na formação de uma grande cabeleira criada pelos gases e pelo material cometário. Esse material será soprado para longe pela ação do vento solar, dando origem à chamada cauda do cometa.
Antes do periélio, o cometa poderá ser visto na constelação de Virgem próximo ao nascer do Sol, mas durante o periélio sua observação será praticamente impossível de ser feita à vista desarmada, já que estará a menos de 1 grau angular da estrela. Para vê-lo, os interessados deverão recorrer às imagens dos telescópios espaciais solares, especialmente o SOHO e SDO, cujas imagens estão disponíveis no Apolo11.
Se sobreviver à tórrida aproximação, C/2012 S1 ISON passará a ser visto no período que antecede o pôr-do-Sol durante vários dias. Seja como um grande e espetacular cometa ou como um grande e espetacular fiasco celeste.

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