Não estou aqui para
defender nenhum dos dois candidatos a prefeito que foram para o segundo turno
em Montes Claros, mas defender o VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, mas tenho
que falar sobre as próximas eleições pois o futuro da revitalização ferroviária
entrou no jogo.
Ruy Muniz lançou em
seu programa de televisão uma montagem onde coloca imagem de um trem bala nos
trilhos em Montes Claros,emquanto falava de VLT. Paulo Guedes fala em tirar os
trilhos do centro da cidade e fazer avenida. Ruy especula votos sem entender do
assunto e Paulo, ignorante na área de transporte de massa, volta aos anos 70.
A oscip Amigos do
Trem, junto a diversas autoridades e entidades públicas, vem defendendo a revitalização
ferroviária e a implementação do transporte de massa economico e ecologicamente
viável nas médias e grandes cidades. Aproveitar a infraestrura ociosa que corta
a cidade e que pertence ao Governo Federal, sendo que a FCA apenas é
concessionária de cargas, é muito mais viavel economicamente e socialmente.
O que é Veículo leve sobre trilhos - VLT
(em inglês: Light rail) ou Metrô
Leve ou Metrô de superfície,
é uma espécie de trem ou comboio urbano
e/ou suburbano de passageiros, cujo equipamento e infraestrutura é tipicamente
mais “leve” que a usada normalmente em sistemas de metrô.
Os sistemas de light rail são
normalmente elétricos, tipicamente alimentados por catenária (fiação aérea), mas
havendo a diesel ou biodiesel.
Verificou-se que o VLT tem maior capacidade
de transporte de passageiros entre os modais de mobilidade urbana, emite menos
CO2 total por dia e consome menos combustível por passageiro.
No Brasil, o primeiro sistema de veículos
leve sobre trilhos foi nos anos de 90, aproveitando um leito ferroviário em
desuso a cidade de Campinas implantou um VLT, atualmente desativado.
O primeiro VLT contemporâneo brasileiro está
em operação desde o final do ano de 2009 no aglomerado urbano do Cariri, sul do
Ceará, entre as cidades de Crato e Juazeiro do Norte, o chamado metrô do
Cariri, aproveitando antigo leito ferroviário. Elaborado pelo Governo do Estado do
Ceara, esse VLT tem um trajeto de 13 km,
com oito estações de embarque e desembarque, transportando cerca de 35 mil
pessoas por mês a R$ 1 a passagem.
A primeira capital brasileira e o mais novo
sistema de VLT existente é o VLT de Maceió, sendo seguida por Fortaleza e Recife.
Também pretendem implantar o sistema algumas capitais nordestinas, tais como
São Luis, Teresina, João Pessoa, Natal, além de Brasília, Campo Grande, Rio de
Janeiro, São Paulo,Arapiraca, e mais recentemente Cuiabá.
Estão ainda para implantação projetos em
Maceió, Macaé e região do ABC Paulista.
Porque
o VLT.
VLT em funcionamento no Cariri. |
O VLT tem custos de operação e implantação
mais baratas do que um metrô, mesmo o de superfície. Esse custo de implantação
diminui muito quando se opta pelo VLT a diesel.
Também possui custos competitivos
comparados as linhas de Bus Rapid (ônibus em vias segregadas ou seletivas com
paradas especiais, terminais e divisão de linhas trocais e alimentadoras).
O VLT não implica em uma utilização de uma
larga faixa de domínio, apenas quando muito de vias segregada, mas se adapta
bem a vias seletivas ou mesmo apenas preferências das ruas e avenidas já
existentes das cidades, como pode ser visto nas cidades européias, sem a
necessidade de divisões, muros ou viadutos, não comprometendo a paisagem
urbana. Pode ser implantado aproveitando canteiros centrais de avenidas,
antigos leitos ferroviários de perímetro urbano ou vias segregadas e seletivas
de ônibus.
O VLT é uma alternativa em regiões onde uma
linha de metrô, mesmo metrô de superfície ou monotrilho, não são viáveis
economicamente, devido a custos de implantação ou menor volume de passageiros,
podendo, portanto, ser complementar a rede de metrô convencional.
Um moderno meio
de transporte que permite aos planejadores repensarem os espaços urbanos,
revitalizarem o meio arquitetônico e contribuírem para o crescimento das
cidades, sem danos ao meio ambiente. Seu estilo arrojado o torna ícone dos
meios urbanos, atendendo a população, atraindo negócios e turismo.
VLT Montes Claros
Sugestão de Estações Tubulares para Montes Claros. |
A cidade cresceu, o número de veículos
aumentou muito e a estrutura para atender a esta demanda permanece praticamente
a mesma. Existem medidas que podem ser tomadas, mas como qualquer intervenção
viária significativa não é algo que aconteça do dia para noite. A implantação
das soluções demanda de algum tempo e de recursos, porém, uma vez implementadas
costumam resolver ou atenuar os problemas a médio e longo prazo
Uma Intervenção para minimizar os efeitos
dos problemas de trânsito da cidade e melhorar a qualidade do sistema de
transporte coletivo do município, que hoje enfrenta dificuldades,
principalmente em horários de pico, devido aos congestionamentos. Além de tirar
veículos do transito, o VLT inclui a população de baixa renda, trabalhadores e estudantes.
O VLT de Montes Claros poderá ter 14,18
quilômetros de extensão e sete estações inicialmente. Compartilhara a linha de
cargas já existente e hoje administrada pela Ferrovia Centro Atlântica - FCA. Pode garantir uma capacidade de transporte variável
entre 15 e 35 mil passageiros/hora/sentido. É, portanto, um meio de transporte
de média capacidade.
Além da estação ferroviária local, se
implantara 6 estações tubulares no entorno ferroviário, sendo elas: estação São
Judas(final da Donato Quintino), estação ponte preta, estação Roxo Verde,
estação villefort, estação parque de exposições, estação Av Minas Gerais (faculdades
Santo Agostinho). Tem-se a opção da estação Funorte e estação Ceanorte.
A reforma urbana prevista no entorno ferroviário
vai contemplar diversos trechos melhorando a circulação e a mobilidade de
pedestres e ciclistas, principalmente próximo as estações. Além da construção
das estações e um conjunto de melhorias na própria via permanente e nas áreas
do entorno está previsto a construção, ampliação e requalificação dos passeios,
travessias de pedestres, pavimentação e sinalização viária, além de iluminação
pública. Itens de impacto positivo para a cidade.
Prolongamento.
O estudo de viabilidade poderá extender a
abrangencia do VLT, e futuramente pelo menos esse transporte atingir cidades
visinhas.
Em horários onde aprouver, tiver demanda, o
VLT poderá ir a Capitão Enéas, com uma estação em Uratinga onde hoje existe uma
comunidade rural criada pela Cemig com moradores remanejados durante
nconstrução da barragem de Grão Mogol, e na outra ponta atingir Bocaiúva, via
Glaucilandia e Alto Belo.
Todo o projeto depende da reforma da linha,
que sofre manutenção sofrivel.
É um grande e viável projeto para Montes
Claros, mas tem que ser viável economicamente e politicamente, e pode ser
implantado em apenas um ano.
¨A busca de mobilidade não deve competir
por espaços, e sim integrá-los¨.
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