Ladrões lotam Brasília. |
¨São dezenas ou centenas de parlamentares
que estão aqui cheios de processos nas costas. Está escrito na testa: ladrão.
Estão ricos porque roubaram do povo¨
No plenário do Senado Federal, ninguém
entendia porque o senador Mário Couto(PSDB/PA) chamava a todos de
"ladrões" e clamava por uma investigação do STF a respeito da
evolução patrimonial dos parlamentares. Chegou até a reiterar ao presidente da
casa, José Sarney, que não excluísse do seu pronunciamento a palavra
"ladrão".
Porém lá no Pará todos entenderam que o
destinatário do recado era o senador Jader Barbalho(PMDB/PA), cujo jornal havia
publicado naquele dia uma candente matéria revelando às novas gerações que o
falecido jornalista e proprietário das Organizações Rômulo Maiorana, afiliada
da Rede Globo no estado, teria sido contrabandista, inclusive de armas de fogo,
antes de ingressar no ramo das comunicações.
Além de ter sido um dos grandes 'capos' do
jogo do bicho no Pará, Couto é ainda investigado pelo Ministério Público do
Pará do desvio de dezenas de milhões de reais dos cofres da Assembleia
Legislativa quando foi seu presidente; assim como seu sucessor, o ex-deputado
Domingos Juvenil(PMDB). No entanto, o jornal O Liberal, afiliado das ORM, noticia fartamente as investigações
contra Juvenil, um dos maiores aliados de Jader, no entanto, omite de seu
noticiário sistematicamente o andamento das investigações contra Couto que,
feito o personagem de Lima Barreto, no conto "Nova Califórnia",
Raimundo Flamel, transformou uma fabriqueta de fornecimento de farinha de
tapioca em uma empreiteira que procedeu a reforma no prédio da Assembleia e
ainda forneceu o material utilizado na dita reforma, por preços nada camaradas
ao bolso do contribuinte paraense.
De tudo isso, pode-se concluir que a
investigação do STF deve, de fato, ser feita, inclusive resgatando os autos da
investigação ora feita na Assembleia Legislativa do Estado do Pará. Mas,
também, está mais do que na hora da Comissão de Ética do próprio Senado
averiguar essa história. A começar pelo próprio denunciante, cuja indignação
encenada não passa de cortina de fumaça a encobrir seus malfeitos.
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