quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O 12 poderá ser o último BBB

Alexandre Figueiredo, no blog Mingau de aço, analisa a situação complicada do Big Brother Brasil 12.
Apesar do zelo da Folha de São Paulo, que ainda fala em "sucesso" do programa, e das risadas da "divertida" imprensa jagunça - a que o leitor médio entende como "imprensa popular" - , além da tranquilidade das emissoras de TV, crentes de que esse "escândalo" vai passar e que o programa seguirá em frente, a situação indica que não é bem assim que acontece.
Pois o programa causou uma crise sem precedentes para a atração, e não se trata apenas de blogueiros progressistas a maior reclamação contra o BBB. Uma das várias petições digitais pedindo a extinção do programa já registrou quase duas mil assinaturas até as 15 horas de hoje.
De repente, o programa passou a ser repudiado pelos vários segmentos da sociedade. Mesmo celebridades igualmente medíocres como Geisy Arruda - que armou um "escândalo" numa faculdade ao vestir roupas "sensuais", numa atitude tipicamente BBB sem precisar entrar no programa - passaram a atacar o programa.
A coisa é tão séria que a Justiça já pensa em investigar a Rede Globo. Fala-se até em rever sua concessão. E a campanha pela regulação da mídia ganha novo impulso, na medida em que uma emissora poderosa de televisão é acusada de incentivo sutil ao estupro, o que já é crime previsto em lei, já que sugere uma prática criminosa que é tratada de forma sutilmente "positiva".
Outra petição, aparentemente restrita apenas à presente edição, o BBB 12, já ultrapassou 13 mil assinaturas. E o detalhe é que estas duas petições exigem o número do CPF, o que impede que uma mesma pessoa use vários heterônimos. Sinal de que a coisa está mais séria para o programa.
A ociosidade dos ex-BBBs, que depois que saem do programa só passam a exibir suas vaidades em noitadas, geralmente com os cachês pagos de alguma forma pelos donos das boates ou pela mídia, também mostra o quanto o programa se desgasta de forma irreversível. O caráter repetitivo da atração, que não é rompido com o episódio do suposto estupro, mostra o quanto a atração, além de tediosa, impede que alguém fique acordado para ver as minisséries transmitidas depois, de melhor qualidade dramatúrgica.
Os anunciantes também começam a ser marcados negativamente pelo programa. Já se fala em boicotar produtos da Fiat, do Guaraná Antártica e da Avon. O que, muito provavelmente, expressa um marketing negativo desses patrocinadores quando emprestam suas marcas para investir no Big Brother Brasil.
A crise só está aumentando. Se ela se agravar, pode ser que o programa seja encurtado e extinto. A pressão popular já dá indícios de que essa tendência, se aparentemente é pouco provável, é todavia possível.
E não será surpresa se, nesse inferno astral todo, o diretor do programa, o chato e temperamental Boninho, se divorcie de sua mulher e ela, a apresentadora Ana Furtado, reapareça livre, leve e solta nos holofotes dentro de algum tempo. Talvez fosse melhor Boninho escolher já a sua ex-BBB com quem irá se consolar numa situação dessas.
De qualquer forma, o Big Brother Brasil não parece que dará a volta por cima na sua crise. A repercussão negativa ocorre de maneira descontrolada (da parte dos responsáveis e defensores do programa).
Até o colunista Matheus Pichonelli, que acusou os detratores do BBB de "antissépticos", teve que engolir seco na sua "urubologia" de um sub-Leandro Narloch fantasiado de esquerdista. Isso numa época em que o valentão Rafinha Bastos, ex-CQC, que havia também feito sua "propaganda" do estupro, tem que indenizar a cantora Wanessa Camargo e seu marido Marcus Buaiz, que no momento assistem os primeiros meses de vida de seu primeiro filho.
Portanto, os momentos mais instigantes do Big Brother Brasil estão bem fora da casa em que seus participantes estão confinados. E que poderão contribuir para o final dramático do programa e em mais uma derrota do poderoso império da mídia brasileira que o transmite.

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