Dito assim, "Reis Magos", neste quase eufemismo tucano, passa-se por cima de um significativo momento do advento de Jesus, o Cristo.
Reis Magos, ou sejam: Reis da Magia, Reis do Feitiço, Feiticeiros, Bruxos ou até Macumbeiros mesmo.
Vieram do Oriente, das mais esotéricas terras da época para renderem-se ao Poder do Menino.
Vieram testemunhar quão mais poderosa era aquela criança deitada na manjedoura.
Vieram. E trouxeram valiosos presentes, pois - á fora o ouro, valiosíssimo - o incenso e a mirra eram também de muito valor à época.
Não pensemos que um deles: Balthazar, Belchior, ou Gaspar, ajoelhou-se e entregou á Sagrada Família uma correntinha de ouro de R$ 150,00, dessas de leilão da TV.
Ninguém viaja em caravana pelo Oriente Médio para levar presentinhos.
Foi muito ouro, muita mirra e muito incenso depositados aos pés do Salvador.
O suficiente para financiar a fuga para o Egito... para financiar os primeiros anos de reconstrução da vida do casal paterno.
Destes presentes ofertados nasce a tradição de presentearmos no Natal.
Repetimos o gesto que os Reis da Magia fizeram há dois mil anos.
Relembramos com isso a nossa reverência ao próximo a quem amamos e devemos amar, desde nossos familiares e amigos até os presentes dados em atos de caridade pública.
Relembrando, portanto: o ato de dar presentes nasce de um ato de reverência, rendição, respeito e solidariedade de três- ou mais- não-cristãos.
Os primeiros a reconhecer a divindade advinda e anunciada por uma estrela no céu.
Nasce destes mouros, afros...e não desta esdrúxula figura finlandesa, trazida da Lapônia, Polo Norte, vestido de vermelho e branco do Salgueiro, e patrocinada pela Coca- Cola.
Benvindo Sequeira - Mineiro de Carangola, MG e Cidadão Soteropolitano, BA .
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