LEVANTAMENTO DO JORNAL VALOR ECONÔMICO SOBRE O DESEMPENHO DO SENADOR MINEIRO MOSTRA UMA ATUAÇÃO BASTANTE DISCRETA; APENAS NOVE PROJETOS APRESENTADOS, E NENHUM APROVADO; POUCO, PARA QUEM TEM A MISSÃO DE ARTICULAR A OPOSIÇÃO
Com José Serra nas cordas, depois do lançamento do livro “A privataria tucana”, pesam sobre os ombros do senador mineiro Aécio Neves todas as esperanças do PSDB para retornar ao poder. Pré-candidato declarado à presidência em 2014, Aécio já começou a viajar pelo País para fazer palestras e angariar eventuais apoios.
Mas a reputação que Aécio possui de bom articulador político está sendo questionada, nesta segunda-feira, numa reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico. O balanço dos 12 meses da atuação de Aécio no Senado revela uma atuação bastante discreta, quase invisível. Aécio apresentou apenas nove projetos de lei, e nenhum deles foi aprovado, assim como a única proposta de emenda constitucional colocada por ele.
Em alguns casos, as ideias eram boas, mas faltou articulação. Um dos projetos de Aécio previa abatimento no Imposto de Renda dos empresários que fornecem educação a seus trabalhadores. Outro amplia os benefícios previdenciários de casais que adotam crianças – neste caso, um projeto apresentado em conjunto com o senador Lindbergh Farias, do PT. Os demais estavam relacionados a filigranas tributárias, como as compensações que a União deve pagar a estados e municípios.
Elaboração de um discurso
Aécio também apresentou 14 pedidos de explicação a vários ministérios. E eles sinalizam qual seria o eventual discurso do senador mineiro numa campanha presidencial. Provavelmente, seria discurso voltado ao “choque de gestão”. Aécio contestou vários gastos apresentados pelo Ministério da Saúde e também os repasses feitos pelo Tesouro Nacional ao BNDES.
Embora o governo disponha de uma base confortável no Senado, Aécio sempre vendeu a ideia de ser capaz de se articular com a oposição, como fez nas eleições municipais de 2008, quando obteve o apoio do PT para seu candidato, Márcio Lacerda, em Belo Horizonte. No Senado, no entanto, sua tarefa vem sendo bem mais difícil.]
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