domingo, 11 de dezembro de 2011

Dentista monta consultório em carro de trem em Sorocaba (SP)

Quem passa pela rua Romualdo Borghesi, no Jardim Tatiana, não tem como ficar indiferente diante de uma ideia um tanto quanto inusitada, mas que tem atraído clientes para a dentista Luciana Palaia, que resolveu montar seu consultório em um vagão de trem: é a Estação Sorriso. A sensação de quem se depara com o consultório, situado no número 368 daquela rua, é de uma volta ao passado, numa verdadeira uma viagem pela história e pelo tempo.
O vagão é praticamente um museu porque une peças originais, adquiridas em leilão, de diversas fases e momentos da ferrovia. Ali estão, por exemplo, pilares que pertenceram à Estação da Luz, em São Paulo, datados de 1899. "As rodas vieram da Inglaterra e são de 1937, tem também os trilhos que datam de 1936, enfim, tudo aqui é um pedaço do que um dia foi uma estação de trem", resume a dentista, que é filha do reconhecido restaurador Lincoln Palaia Júnior, falecido há cinco anos.

Entre os principais trabalhos de Lincoln destaca-se a recuperação da Locomotiva nº 58, também conhecida como Maria do Carmo, que tem sido usada pela Prefeitura de Sorocaba nas cantatas de Natal. Lincoln também foi responsável pela restauração da Baronesa, bondinho original do Corcovado. Seu último trabalho foi com locomotivas do exército brasileiro.
Inaugurado no dia 20 de julho deste ano, no consultório Luciana trabalha com clínica geral, implantes, ortodontia e próteses. Naquele espaço, tudo é peça de ferrovia, desde a torneira do lavabo situado na recepção, os bancos e até o teto. "Ficou pronto em três meses e meio e a maior dificuldade foi conseguir colocar o vagão de trem no terreno", lembra.
Conforme Luciana, que herdou do pai a paixão pelos trens, a ideia de montar o consultório em um vagão partiu do marido. "Eu morava em São Paulo quando meu pai faleceu. Tinha locomotiva para entregar ainda e meu irmão não se interessou pelo empreendimento. Eu havia acabado de voltar do Canadá e falei com meu marido, o João Carlos, e então resolvemos nos mudar para Sorocaba. Ele assumiu a empresa de restauro do meu pai e agora tem paixão por isso", explica.
Além de trabalhar com restauro, o marido de Luciana faz réplicas de locomotivas. "É um negócio que recebe muita encomenda do poder público. Também tem gente endinheirada que compra para colocar na fazenda", diz.
Luciana conta que o começo em Sorocaba foi difícil, isso porque quando chegou aqui não conhecia ninguém. "Não tinha paciente pra mim. Mudei nesta casa no Jardim Tatiana e percebi que a região é carente de dentista, daí veio a ideia do meu marido em montar o consultório no vagão, seria um marketing diferente", diz.
Conforme a dentista, o vagão de trem foi conquistando clientes, principalmente as crianças. "Inclusive tem gente querendo abrir franquia e agora estou estudando a proposta", comemora.

4 comentários:

  1. Que idéia maravilhosa, parabéns!!!

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  2. Se se trata da mesma pessoa; trabalhei com ele numa firma de Caldeirariaá beura da pista CASTELINHO no alto direção SOROCABA Á RODOV.CASTELO BRANCO. Grqande profissional e homem de carater responsavel e de uma integridade a toda prova como cidadão e engenheiro muito competente. Fico trise em saber que ele se foi tão cedo. Eu ainda estou por aqui com 73 anos e ativo na area de Inspeção de Qualidade. Qualquer dia passo por ai para dar meus creditos pessoalmente aos seus descendentes, especialmente a voce como filha e seu dignissimo esposo.
    Assinado Jose da Silva Camargo- js08@uol.com.br

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  3. Que orgulho e emoção ao ler seu comentário Sr. José da Silva Camargo. Sou sobrinha dele e concordo com o senhor. Um abraço. Sílvia Palaia.

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  4. Paulo Renato Ubach Couto25 de julho de 2014 às 17:41

    Meu primeiro trabalho como engenheiro foi na Bardella-Indústrias Mecânicas e o meu primeiro chefe foi o Lincoln. Ele era o gerente da produção. Uma pessoa fora de série. Um profissional como poucos. Integro e trabalhador. Aprendi muito com ele. Sai da Bardella em 1974 e nunca mais o vi. Até hoje faço referências às coisas que ele me ensinou. Sempre tive vontade de procurá-lo, mas como morava no Rio de Janeiro, acabou não acontecendo. Hoje, moro em Houston e, incrível, me lembrei do Lincoln e resolvi procurá-lo na Internet. A lembrança veio porque uma pessoa me mandou um documento todo errado, mal redigido, faltando detalhes e eu devolvi a ela, com um recado, pedindo explicações para um melhor entendimento. Nisso, virei para minha esposa e disse: "acho que sou meio chato, pois gosto de tudo feito direitinho e certo...quando você manda uma mensagem, ela tem que estar com o seu conteúdo todo explicado, onde qualquer pessoa, desde o mensageiro até o presidente da empresa, vai entendê-la...é a 'mensagem a Garcia', como dizia o meu amigo e chefe Lincoln Palaia". Ela, então, me perguntou se eu sabia onde estava ele. Entrei no google e tive a grande tristeza de saber de sua morte em 2006. Não sabia que ele tinha se tornado um restaurador. Ele era uma pessoa muito jeitosa. Gostaria de saber sobre os seus trabalhos. Tive e, ainda, tenho, muita admiração por ele. Mando um abraço para os seus familiares. Não sei se a sua esposa, não me recordo o nome, ainda, é viva. Paulo Renato. Meu e-mail é prcouto@rjnet.com.br.

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