Nesta sexta-feira, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros realiza treinamento para médicos que atuam nas unidades do Programa Saúde da Família dos municípios sob sua jurisdição com objetivo de melhorar a qualidade do banco de dados das Declarações de Óbito na região. O treinamento acontece às 14 horas, no auditório do Hospital Universitário Clemente de Faria, em Montes Claros.
Segundo o coordenador regional de Epidemiologia, João Geraldo Rezende, um grande número de declarações ainda é registrado como causas mal definidas, dificultando a análise dos indicadores das causas de óbito. “A qualidade desse sistema de informações é de grande valia para a implementação, com sucesso, de políticas de saúde pública, especialmente para as regiões e segmentos populacionais em situação socioeconômica mais desfavorável”, observa.
De acordo com o estudo de Carga de Doença de Minas Gerais, no triênio 2004-2006, foram registrados 325.422 óbitos em Minas Gerais, correspondendo a uma média anual de 108.474 óbitos. Identificaram-se, nesse período, 463 (0,1%) óbitos sem preenchimento do município de residência. As proporções de óbitos com sexo e idade ignorados também foram baixas, 0,1% e 0,3%, respectivamente.
Na análise dos dados, observa-se que há uma significativa proporção (8,4%) de causas de óbitos classificadas com códigos inespecíficos, o chamado códigos-lixo. Entre as macrorregiões de saúde, essa proporção variou de 7,6% (Macro Leste) a 9,8% (Macro Sul). Como essas regiões não são homogêneas no que se refere à qualidade das informações, variações mais expressivas são encontradas entre as microrregiões. A diferença entre as microrregiões de maior (Além Paraíba) e menor (Januária) proporção de códigos-lixo é de quase 100%.
Os percentuais e as diferenças são muito mais acentuados quando se consideram os óbitos codificados como tendo causas ma definidas, que representam 11,9% do total do Estado, no período.
Essa proporção atinge níveis extremamente elevados nas macrorregiões com maiores desvantagens econômicas: Norte de Minas (29,4%), Jequitinhonha (28,2%) e Nordeste (25,9%). Entre as dez microrregiões com maior proporção de causas mal definidas, nove estão nessas três macrorregiões, sendo que a proporção mais elevada corresponde a Salinas/Taiobeiras (41,2%), que figura entre as áreas de menor PIB per capita de Minas Gerais.
Segundo João Rezende, a proporção de causas mal definidas é um importante indicador do acesso e da assistência aos serviços de saúde. “Os números apresentados não condizem com a oferta de serviços no Norte de Minas, que possui uma alta cobertura de PSF/Saúde em casa, entre outros programas, evidenciando uma deficiência importante no que diz respeito à qualidade das estatísticas de mortalidade, que se soma ao problema não menos preocupante relativo ao sub-registro de óbitos”, avalia.
TREINAMENTO
O coordenador da Epidemiologia diz que durante o treinamento os médicos serão capacitados para melhorar o preenchimento das Declarações de Óbito, de forma a reduzir a níveis aceitáveis a classificação de causas básicas de óbito mal definidas.
Assessoria de Comunicação Social
Rede de Urgência e Emergência do Norte de Minas
Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros
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