terça-feira, 3 de novembro de 2009

PLENÁRIO VAZIO,ROTINA DAS REUNIÕES DA CÂMARA DE MONTE AZUL – Falta de assunto torna blog em tema principal.



Com plenário vazio, a última reunião da câmara municipal de Monte Azul do dia 29 do mês passado (quinta-feira), voltou a ter sua parte reservada ao público entregue ás moscas, em contrapartida ás duas reuniões anteriores onde os funcionários municipais lotaram o lugar em protesto contra o não pagamento em dia de seus vencimentos.
Após as votações encaminhadas pela prefeitura os vereadores que utilizaram a tribuna debateram a única fonte de notícias da cidade, esse blog. O motivo maior foi o fato postado nessa página do vereador Dimas ter declarado na reunião anterior que a bancada de oposição ¨estar com dor de corno ¨.
Inicialmente o vereador Francisco de Assis, que disse não ter encontrado mentiras, declara que o blog omite a verdade, e que a omissão da verdade é uma mentira. Pelas palavras do edil teríamos que publicar as coisas boas acontecidas na cidade. De acordo com ele e os vereadores que utilizaram os microfones da casa na sequencia, as boas noticias seriam as ¨obras¨ da atual administração.

NOSSA POSIÇÃO
Nas palavras de Diassis o cidadão Alberto, pelo pouco tempo na cidade, ainda não teria um ¨lado político¨.
É a visão geral de que todos têm que se situar como do lado dos donos do poder ou do lado dos que perderam as eleições, características de municípios pequenos, cenário comum a maioria dos municípios brasileiros.
Com uma economia pautada principalmente na agricultura, muitos municípios não dispõem de indústrias, cabendo ao comércio formado basicamente por empresas de pequeno porte, a função de oferecer emprego para a população, sendo a prefeitura seu maior empregador. Este é um dos fatores que contribui para o grande interesse pela administração pública, que é encarada como uma garantia de emprego direto para uma boa parcela da população, sem mencionar outro conjunto de indivíduos e empresas que também encontram na administração municipal o seu principal parceiro de negócios para compra de serviços e produtos. Isso faz com que a facção dos donos do poder cresça, e até mesmo ¨ inche ¨. Nos pequenos municípios, o clientelismo e a deferência (postura que é comum nos estratos mais baixos da pirâmide social) tendem a obstar o aparecimento de aguda “consciência” política.
Com minha opção pelas cidades pequenas, mesmo tendo nascido e estudado em capitais, optei pela não filiação a qualquer corrente política. Já faz duas décadas que decidi não militar em partidos, nem formal nem informalmente, mas declaro não fazer parte da turma situacionista de Monte azul, fazendo parte da turma do bem, qualquer que seja ela.
Turma do bem é a aglomeração de cidadãos, partidários ou não, que conseguirem trazer (ben)efícios à sociedade, que utilize o dinheiro do Fundo de Participação dos Municípios integralmente em favor da comunidade, que seja um exemplo de seriedade administrativa.
Que além de médico, ambulância, ônibus para transporte de escolares, a turma do bem tem que ter o compromisso de trazer ao município, sobretudo, esperança e alegria a seus filhos mais sensatos e voltados para o trabalho.
O problema não está na lógica bipolar da disputa política municipal, girando em torno de “famílias governamentais”. O que, penso eu, deve preocupar os cidadãos é como possibilitar o surgimento de novas lideranças e melhorar a representação política dos grupos sociais à medida que aumentar a complexidade nos municípios interioranos. A questão é facilitar a abertura de brechas na hegemonia formada pelos velhos coronéis e seus sucessores.
Nesse espaço público onde exercito meu direito constitucional de manifestar meus pensamentos, pois ainda vivemos em um Estado Democrático de Direito, não sou obrigado a publicar as ¨obras ¨ da administração de Haroldo, mesmo porque, ao que me parece, tudo do pouco conseguido até agora foi projetos da administração anterior que saíram agora e nada será feito com verbas da prefeitura.
Nos meios políticos sempre se recomenda não criticar os meio de comunicação. Já ouvi de muitos dirigentes importantes, de situação e de oposição, o conselho para não criticar a imprensa: você sempre sai perdendo, dizem eles. Eles estão certos, do seu ponto de vista pragmático.Diz-se que num embate com a imprensa, mesmo que tenha razão, o ator político nunca poderá ter a última palavra. Esse blog, por enquanto, é o que se desponta como informativo da cidade, sendo considerado como imprensa local pelos que o acessam a busca de notícias, embora eu o considere uma pagina pessoal.
Dessa controvérsia talvez resulte alguma coisa útil para a democracia, o jornalismo também pode e deve ser criticado.
Um ditado de Maquiavel diz: “ a realidade é como é, não como gostaríamos que ela fosse”. Essa citação resume muito bem a importância de pontos de vistas diversos sobre a mesma matéria.
A desinformação, paixão e simpatia, combinadas de modo complexo, influenciam decisivamente as escolhas, tanto mais quanto mais pobres, material e intelectualmente, forem os munícipes. E nas cidades pequenas do mundo inteiro há maiores chances de se deparar com a “idiotia da vida rural” de que falava o Manifesto Comunista, faz mais de 150 anos.
É evidente que as matérias podem perde o rigor que poderiam ter, por falta de tempo para conferência, checagem, revisão e, inclusive, reflexão sobre os termos utilizados. É o que ocorre, por exemplo, com os nossos melhores blogs jornalísticos, como o Blog do Noblat. Muitas vezes uma notícia ou interpretação é ali postada para logo depois ter que ser corrigida. Num blog, uma expressão mais dura empregada no calor da hora, talvez fosse modificada se o autor pudesse sopesar com calma os prós e contras.
Jornalistas e/ou blogueiros são seres humanos.Tem suas preferências . O que acontece é que alguns leitores só respeitam e jogam flores naqueles cujas opiniões coincidem com as deles, e pensamos divergentes aos que vivem aos auspícios da atual administração.
O sucesso do blog está exatamente em comungar com a população monteazulina. Somente estão a favor da administração de Haroldo aqueles que direta ou indiretamente estão sendo beneficiada pela mesma. Outros aparentam contentamento, embora em alguns momentos manifeste descontentamento, pela esperança e pelo medo. Esperança no clientelismo, de emprego ou pagamento pelo serviço prestado e não acertado,e medo da retaliação do mandatário público municipal.
Tanto a administração municipal quanto a câmara de vereadores têm a sua disposição o mesmo espaço, o blog, por mim utilizado. Os criadores do site www.monteazulmg.com.br criaram blogs para todas as instituições da cidade e disponibilizou esse espaço democraticamente, espaço que até então esta sendo desprezado.
O vereador Dimas, motivado pela matéria em que o mesmo profere palavras pouco decorosas á bancada de oposição, solicita a presidência atual a confecção de um jornal impresso a titulo de informativo da câmara municipal. Ótimo. Estará ai um bom espaço para as ¨coisas boas¨ do municipio, da administração. A informação será sempre bom lugar para se empregar o dinheiro público, as vistas do contribuinte. Paginas da internet, mesmo sendo um espaço gratuito, é de difícil acesso a população, seja pelo poder econômico, seja pela inabilidade de manuseio da maquina.

A TEMPO

Urge uma explicação aos internautas de outras plagas, que quando nos referimos a ¨administração de Haroldo¨ , não nos referimos a administração do atual prefeito Joaquim de Deja.
O voto político é firmado de forma direta, numa relação pessoal entre candidato e eleitor. Em Monte Azul é de domínio popular que o prefeito eleito assumiu e sumiu, colocando seu filho para responder pela administração.
Todo político no poder é muito cortejado. Os seus assessores e aqueles que andam muito próximo a ele o cobrem de louvores que o sufocam. Políticos, cercados de incompetentes assessores, sendo bajulados o tempo todo, não conseguem abrir os olhos e enxergar o inverso da situação. Não conseguem sequer, perguntar para si mesmos o que estão oferecendo, que idéia estão transmitindo e que percepção a população esta tendo.
Se esse político sempre foi péssimo administrador, até mesmo de seus bens pessoais, não tem voto nem para se tornar presidente de associação comunitária e tem oportunidade de administrar por outrem, na certeza que atos impróprios porventura descobertos não o alcançarão nem ao de direito o administrador, pela sua avançada idade e morosidade da justiça, a coisa desanda. Temos então uma administração sem obras e muitas dividas, frágil, onde um blog domina os comentários gerais de uma câmara de vereadores.

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