Policia bateu em populares e agora ameaça mulher. |
Rixa política nesta cidade do Norte de
Minas veio a público em audiência da Comissão de Direitos Humanos.
A Comissão
de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou
sete requerimentos, sendo cinco deles para a realização de audiências públicas,
em reunião extraordinária realizada na tarde desta quinta-feira
(8/11/2012). O ponto alto da reunião foi o depoimento de Lacir Néri da
Silva, que mora em Fruta do Leite, no Norte de Minas, e denunciou ter recebido
várias ameaças de morte de um cabo da Polícia Militar lotado naquela cidade, em
mais um episódio da escalada de violência que começou após as eleições de 2010.
Ela respondeu a perguntas dos deputados Sargento Rodrigues (PDT), que presidiu
a reunião, Rogério Correia (PT) e Ulysses Gomes (PT).
“Dona Lalá”, como é mais conhecida no
município, diz ter denunciado as ameaças à Polícia Civil da cidade, mas,
segundo ela, nenhuma providência foi tomada. Por esse motivo, o deputado
Rogério Correia apresentou requerimento pedindo o envio das notas taquigráficas
da reunião e solicitando esclarecimentos à Corregedoria da Polícia Civil.
“Tudo começou em 2010, quando o povo de
Fruta do Leite foi para a praça da cidade comemorar a derrota do prefeito, que
perdeu a eleição para deputado. De repente, apareceram policiais militares até
de cidades vizinhas e espancaram todo mundo. Não respeitaram nem mulheres e
crianças. Até as pessoas que saíam da missa foram vítimas. Eu e um amigo, que
também foi ameaçado, ajudamos a socorrer os feridos e desde então esse cabo nos
persegue. Mas ele também aterroriza o povo da cidade e ninguém faz nada”,
conta.
Na mesma reunião, Sargento Rodrigues teve
requerimento aprovado para realizar audiência pública visando a apurar suposta
usurpação de função pública praticada pelo comando do 28º Batalhão da Polícia
Militar em Unaí, no Noroeste do Estado. Segundo o parlamentar, tem se tornado
comum no âmbito da corporação a prática de se “legislar por memorando”.
“É uma indústria de memorandos. Estão
usurpando uma competência do Poder Legislativo. Em Unaí, um memorando instituiu
um formulário de licença médica que estabelece que uma viatura vá até a casa do
policial militar que estiver afastado do serviço para conferir se ele está mesmo
de repouso. É um absurdo, um constrangimento ilegal e uma invasão da intimidade
da vida privada, quando a Constituição Federal diz que a casa das pessoas é um
asilo inviolável”, aponta.
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