Provas
de avaliação da educação básica teriam sido feitas a lápis e respostas
preenchidas por funcionários do CAEd.
Durante a reunião ordinária de Plenário da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na fase de discussão de projetos, o
deputado Rogério Correia (PT) denunciou a possibilidade de ocorrer fraude nas
provas do Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb).
Cerca de 125 mil alunos da rede estadual, que estão no 5º ano, fizeram as provas
na manhã de terça (27) e quarta-feira.
Segundo o deputado, os professores
aplicadores tiveram de orientar os alunos a preencher as questões no caderno de
provas a lápis e deixar a folha de respostas em branco, sendo que o
preenchimento dela a caneta seria feito por funcionários do Centro de Políticas
Públicas e Avaliação da Educação (CAEd), da Universidade Federal de Juiz de
Fora, que foram contratados pela Secretaria de Estado de Educação para elaborar
as provas.
De acordo com o deputado Rogério, a maquiagem
dos resultados pode ocorrer. "É preciso uma fiscalização externa do
procedimento. São 125 mil alunos da rede estadual, que estão no 5º ano. Haverá
credibilidade dessas provas? Daqui a pouco a gente vê as propagandas: Minas
avança na educação. E ninguém conta que quem marcou o cartão de respostas não
foi o próprio aluno”.
Credibilidade - O deputado Sávio
Souza Cruz (PMDB) apoiou a fala do deputado Rogério, reforçando que o motivo
dado pelo CAEd para o preenchimento das folhas de resposta pela instituição é
insatisfatório. “Se um aluno de dez anos não é capaz de preencher corretamente
o próprio gabarito, então ele é capaz de que? A que ponto nós chegamos, nem
mesmo as provas que são feitas em Minas tem credibilidade”.
A deputada Maria Tereza Lara (PT) disse que
poderia ter sido feito um outro modelo de provas que os alunos pudessem fazer,
já que foi constatada a dificuldade deles em preencher a folha de respostas em
tempo hábil. Ela pediu que as provas sejam anuladas. O deputado Elismar Prado
(PT) fez o mesmo pedido e comparou o procedimento do CAEd a um pai que faz o
dever de casa para o filho, reforçando que as crianças de dez anos de hoje são
muito espertas e teriam todas as condições para preencher as folhas de
respostas.
Argumento dos governistas - O deputado Bosco
(PTdoB), presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da
ALMG, explicou que as provas do Proeb tem sido feitas assim desde a
criação do programa e isso ocorre para resguardar o conhecimento dos alunos,
visto que eles não conseguem fazer a transferência de dados do caderno de
provas para a folha de respostas no tempo necessário. “A marcação da folha não
é feita por ninguém da secretaria, mas sim do CAEd, uma instituição séria. Além
disso, os cadernos são arquivados juntamente com as folhas de resposta e podem
ser conferidos a qualquer tempo, por quem desejar”. O deputado Rogério Correia
contra-argumentou que, como as provas são feitas a lápis, de nada adianta
a conferência dos arquivos, já que, caso ocorra uma fraude, o que os alunos escreveram
pode ser alterado.
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