Em audiência na ALMG, políticos da Região
Metropolitana de BH levantaram problemas de abastecimento em suas cidades.
Deputados fizeram críticas à qualidade dos serviços prestados pela empresa - Foto: Alair Vieira |
O prefeito de São José da Lapa (Região
Metropolitana de Belo Horizonte), Francisco Fagundes de Freitas, afirmou que a
Companhia de Saneamento do Estado (Copasa) “presta serviços de péssima
qualidade” na cidade. Para a vereadora Adriana Alves Lara, da Câmara de
Vespasiano (RMBH), “há falta de compromisso da empresa com o cidadão e não
existe planejamento de ações”. Segundo o presidente da Câmara de Pará de Minas
(Região Central), Marcílio Magela de Souza, “é comum a água chegar suja em
muitas casas" do município. Todas essas críticas foram feitas à Copasa durante
reunião promovida pela Comissão
de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais, nesta quarta-feira (7/11/12). O objetivo do encontro foi debater a
qualidade dos serviços oferecidos pela companhia na RMBH e Região Central
Durante a audiência, a vereadora Adriana Alves
exibiu fotos que indicariam a má qualidade da atuação da Copasa em Vespasiano.
Algumas das imagens, por exemplo, mostraram o excesso de vazamentos nas ruas do
município. “A água brota do asfalto em muitos pontos da cidade”, afirmou. Ela
disse, também, que, recentemente, várias residências ficaram sem água por cinco
dias. A vereadora demonstrou preocupação, ainda, com o reduzido número de
Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) no município. “A água é essencial,
mas virou apenas questão de lucro, pela forma como o assunto é tratado em
Vespasiano”, opinou.
O prefeito de São José da Lapa e o
presidente da Câmara de Pará de Minas disseram conviver com os mesmos problemas
relatados pela vereadora de Vespasiano. “As fotos exibidas refletem realidade
semelhante vivenciada em nosso município”, afirmou o prefeito Francisco de
Freitas. Ele contou, ainda, que, em muitas casas da cidade, só há água à noite.
“Mas, mesmo assim, a conta chega alta”, criticou. Já Marcílio Magela, de Pará
de Minas, pontuou que a empresa possui um lucro muito alto, se comparado com a
qualidade ruim dos serviços prestados. “A Copasa precisa ter mais respeito com
as cidades do Estado”, reclamou.
Lucro x investimentos – Para o assessor do
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de
Água e em Serviços de Esgotos de Minas Gerais (Sindágua/MG), Wagner Xavier, a
Copasa tem “alta capacidade” para resolver, entre outros, os problemas de
saneamento do Estado. Ele ressaltou, no entanto, que um dos maiores empecilhos da
empresa é a falta de investimento social dos lucros angariados. “A população
quer ter uma companhia que sirva para favorecer apenas seus acionistas ou
prefere uma empresa que traga benefícios para o povo do Estado?”, questionou.
O gerente do Departamento Operacional Metropolitano da Copasa, João Andrade do Nascimento, defendeu o modelo de gestão da companhia, mas reconheceu algumas dificuldades que a empresa enfrenta. “Seria uma pretensão imensa dizer que não há falhas. Temos dificuldades enormes em ter uma cobertura com zero reclamação”, afirmou. Ele salientou que é importante descobrir onde estão os problemas, para poder corrigi-los.
O gerente do Departamento Operacional Metropolitano da Copasa, João Andrade do Nascimento, defendeu o modelo de gestão da companhia, mas reconheceu algumas dificuldades que a empresa enfrenta. “Seria uma pretensão imensa dizer que não há falhas. Temos dificuldades enormes em ter uma cobertura com zero reclamação”, afirmou. Ele salientou que é importante descobrir onde estão os problemas, para poder corrigi-los.
Com relação à falta de abastecimento da
água em cidades da RMBH, João Andrade contou que uma obra de interligação entre
o Rio das Velhas e o Rio Manso, que estava prevista para ser concluída em
outubro passado, deve resolver a questão. Ele afirmou, porém, que o índice de
falta de água nas residências do Estado é menor que 3%. Ele argumentou, ainda,
que, apesar das críticas recebidas durante a audiência, uma pesquisa feita pela
Copasa mostra um nível de satisfação de mais de 80% na RMBH.
Deputados também questionam a
eficácia dos serviços prestados pela Copasa
De acordo com o deputado Rogério Correia (PT), autor do requerimento para a audiência, junto com o deputado Almir Paraca (PT), as reclamações relacionadas aos serviços oferecidos pela Copasa têm aumentado muito nos últimos anos. Ele acredita que há um “processo de privatização” em curso na companhia, o que levaria à piora da atuação da empresa no Estado.
De acordo com o deputado Rogério Correia (PT), autor do requerimento para a audiência, junto com o deputado Almir Paraca (PT), as reclamações relacionadas aos serviços oferecidos pela Copasa têm aumentado muito nos últimos anos. Ele acredita que há um “processo de privatização” em curso na companhia, o que levaria à piora da atuação da empresa no Estado.
O deputado
Elismar Prado (PT) também criticou a falta de abastecimento de água em cidades
da RMBH. Ele lamentou, ainda, a ausência do diretor-geral da Agência Reguladora
de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário de Minas Gerais
(Arsae-MG), e acrescentou que o Ministério Público estadual acatou,
recentemente, denúncia de que a agência não cumpre o seu papel.
Já o
deputado Antônio Júlio (PMDB) questionou a ausência de membros da direção da
Copasa, devido à complexidade do assunto tratado na reunião. “A Copasa não pode
se esconder diante dos problemas”, pontuou. Ele acredita que a companhia “não
possui direção para encaminhar seus projetos”. Em sua opinião, não há, também,
investimentos em alternativas para amenizar a falta de água em cidades da RMBH.
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