domingo, 21 de fevereiro de 2010

Garis: heróis do serviço público monteazulino.

Nunca antes na historia de Monte Azul servidores municipais tinham entrado em greve por receio, medo mesmo da retaliação dentro dos departamentos desse órgão público. As lideranças eram sufocadas e ameaçadas de perderem o emprego e até sofriam ameaça a vida, isso quando não se rendiam a uma ¨favor¨ dos mandatários.
No ano passado os servidores da educação foram ás ruas em protesto contra o não pagamento de seus salários que estavam atrasados em até quatro meses. Até hoje o prefeito não pagou todos os servidores da educação e a maioria dos contratados, até hoje, não receberam o mês de junho de acordo com os próprios professores.
Após o carnaval os servidores da limpeza pública, os garis que trabalham como coletores de lixo nas vias urbanas da cidade, pararam seus serviços em protesto contra o atraso no pagamento de seus proventos. Era atraso de mês, ou meses? Não, atraso de dias.
A administração que tinha a obrigação do repasse até o quinto dia útil de fevereiro para pagar o mês de janeiro, e que por acordo tinham até o dia 15 para cumprir sua obrigação, até a quarta-feira não o tinham feito. Para que o atraso não se prorrogassem e para exigir respeito com a classe os garis decidiram pela greve.
A paralisação da coleta de lixo durou exatos dois dias. Uma quinta e uma sexta feira. Quando o Banco do Brasil se preparava para encerrar o expediente  no último dia da semana chegou a ordem de pagamento que foi computada para iniciar o pagamento naquele mesmo dia, nos caixas eletrônicos naturalmente.
A prefeitura não mandou pagar somente os garis, mas toda a folha. Todos os funcionários da prefeitura, incluindo aí os servidores da educação, se beneficiaram da coragem dos garis.
Na fila dos caixas no sábado os servidores agradecidos sacavam seu dinheiro para pagarem suas dividas, seus compromissos. Eles que ficaram o feriado de carnaval de bolso vazio e seu dinheiro no cofre da prefeitura.
Uma professora que engrossava a fila se dirigiu ao tesoureiro do sindicato e comentou que a classe tinha recebido uma lição dos garis, que são considerados os trabalhadores do pior serviço público, mas que tinham coragem e manifestaram seu descontentamento. Elogiou na minha presença o apoio incondicional do sindicato na greve. ¨Nesse tempo todo a prefeitura tinha dinheiro e não pagou, precisou os mais humildes de nós ¨colocarem o pé no barranco¨ para que o dinheiro aparecesse¨ concluiu a educadora, aprendiz de funcionária dos serviços públicos municipais.

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