terça-feira, 5 de julho de 2016

Justiça condena Reinaldo Azevedo por chamar governador de “coiote”

Em maio de 2015, o jornalista Reinaldo Azevedo usou a página que mantém na Veja.com para afirmar que Dilma Rousseff, José Eduardo Cardoso e Tião Viana se comportavam como “coiotes”, termo relacionado a criminosos que se propõem a cuidar da entrada de imigrantes ilegais nos Estados Unidos. O uso da palavra fez com que o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) condenasse o articulista a indenizar o governador acreano em R$ 20 mil por danos morais.
Na decisão de 28 de junho, a juíza Zenice Mota Cardozo, da 1ª Vara Vara Cível do TJ-AC, deu parecer favorável a Tião Viana e, além da indenização, condenou o jornalista da Veja.com a arcar com as custas processuais e os honorários advocatícios. Os valores foram fixados pela magistrada em 50% e 10% do total do pagamento a ser feito em relação à condenação por danos morais. Reinaldo pode recorrer. Também chamados de coiotes, a hoje presidente da República afastada e o ex-ministro da Justiça não acionaram tribunais responsáveis.
“A expressão ‘coiote’ e a comparação refere-se à ação de transporte de pessoas, ou quando não à ações ilegais, de modo que dispor que o autor estava agindo como ‘coiote’ implica não só em uma crítica contundente e ácida à política adotada, mas em flagrante ofensa à honra e à imagem de pessoa pública que ao agir em política pública apoiada inclusive pelo governo federal, tem sua ação equiparada a atividades ilegais de ‘coiotes’”, escreveu a juíza na sentença.
O assunto abordado pelo colunista que fez com que Tião Viana acionasse a Justiça girava em torno de haitianos que chegavam ao Brasil por meio da divisa com a Bolívia e deixavam o Acre rumo a São Paulo, com apoio do governo federal e estadual. No texto, Reinaldo afirmava que era “espantosa a delinquência política a que se dedicam nesse caso, ou também nesse caso, o governador do Acre, Tião Viana, e a presidente Dilma Rousseff, ambos do PT”. “Não pensem que há apenas incompetência nisso tudo. Há também ma-fé e ideologia vagabunda”, escreveu em outro trecho.
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