Em maio de 2015, o jornalista Reinaldo
Azevedo usou a página que mantém na Veja.com para afirmar que Dilma Rousseff,
José Eduardo Cardoso e Tião Viana se comportavam como “coiotes”, termo
relacionado a criminosos que se propõem a cuidar da entrada de imigrantes
ilegais nos Estados Unidos. O uso da palavra fez com que o Tribunal de Justiça
do Acre (TJ-AC) condenasse o articulista a indenizar o governador acreano em R$
20 mil por danos morais.
Na decisão de 28 de junho, a juíza Zenice
Mota Cardozo, da 1ª Vara Vara Cível do TJ-AC, deu parecer favorável a Tião
Viana e, além da indenização, condenou o jornalista da Veja.com a arcar com as
custas processuais e os honorários advocatícios. Os valores foram fixados pela
magistrada em 50% e 10% do total do pagamento a ser feito em relação à
condenação por danos morais. Reinaldo pode recorrer. Também chamados de
coiotes, a hoje presidente da República afastada e o ex-ministro da Justiça não
acionaram tribunais responsáveis.
“A expressão ‘coiote’ e a comparação
refere-se à ação de transporte de pessoas, ou quando não à ações ilegais, de
modo que dispor que o autor estava agindo como ‘coiote’ implica não só em uma
crítica contundente e ácida à política adotada, mas em flagrante ofensa à honra
e à imagem de pessoa pública que ao agir em política pública apoiada inclusive
pelo governo federal, tem sua ação equiparada a atividades ilegais de
‘coiotes’”, escreveu a juíza na sentença.
O assunto abordado pelo colunista que fez
com que Tião Viana acionasse a Justiça girava em torno de haitianos que
chegavam ao Brasil por meio da divisa com a Bolívia e deixavam o Acre rumo a
São Paulo, com apoio do governo federal e estadual. No texto, Reinaldo afirmava
que era “espantosa a delinquência política a que se dedicam nesse caso, ou
também nesse caso, o governador do Acre, Tião Viana, e a presidente Dilma
Rousseff, ambos do PT”. “Não pensem que há apenas incompetência nisso tudo. Há
também ma-fé e ideologia vagabunda”, escreveu em outro trecho.
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