Com um discurso sobre educação no Brasil em evento da Microsoft, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugura hoje em Washington uma série de palestras internacionais, que promete manter sua agenda cheia por um bom tempo.
Será sua primeira fala remunerada no exterior desde que deixou a Presidência.
Nos próximos dias, fará outras duas: na sexta-feira, em Acapulco, para a Associação dos Bancos do México; e na próxima semana, em Londres, para investidores em evento da Telefônica.
O valor da remuneração que ele vai receber pela palestra nos EUA não foi revelado, mas deve ser superior ao cachê previsto para o Brasil (em torno de R$ 200 mil).
Lula chegou à capital americana ontem, em avião emprestado pela Coteminas.
Pela manhã, se encontrou com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.
Os dois discutiram a possibilidade de ações comuns entre o órgão e o Instituto Lula. Um ponto de interesse é a aproximação do Brasil com a África.
O ex-presidente almoçou com o embaixador do Brasil em Washington, Mauro Vieira, e pretendia passar a tarde revisando o discurso de hoje e passeando - queria ver as cerejeiras locais.
Lula deve partir hoje mesmo para Acapulco e viajar para Londres na próxima terça. Na capital inglesa, além de fazer o discurso a investidores, o ex-presidente pretende se reunir com o historiador Eric Hobsbawm.
No fim de semana, Lula vai para a Espanha para receber o prêmio "Libertad Cortes de Cádiz". Há uma preocupação nesta viagem -ele quer assistir ao jogo de futebol entre o Barcelona e o Real Madrid, mas ainda não sabe se haverá tempo.
Bem remunerado com as palestras, o ex-presidente não pretende receber recursos federais com duas de suas iniciativas -o Instituto Lula (que viverá de contribuições, inclusive do PT) e a empresa que gerencia suas palestras.
Um terceiro projeto, chamado de Memorial da Democracia, poderá vir a receber verba pública.
Ressuscitar FHC para mostrar tucanos.
O PSDB resolveu agora criar o “Prêmio FHC”, em mais uma ação para “resgatar” o legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A idéia é premiar gestores públicos e organizações não-governamentais que se destacarem em iniciativas consideradas inovadoras na área de gestão e políticas públicas.
A primeira premiação ocorrerá durante as comemorações do aniversário de 80 anos do ex-presidente, que será em junho. Haverá outras iniciativas, como um evento internacional organizado pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso.
Os detalhes do prêmio foram discutidos nesta semana em São Paulo. O tipo de premiação ainda não foi definido. O partido analisa o que pode ser financiado com recursos do Fundo Partidário. Uma das alternativas é promover para os vencedores um intercâmbio em outros países para discutir experiências internacionais. Por enquanto, é certo que haverá um troféu para os agraciados com o prêmio.
A legislação que trata do Fundo Partidário não menciona premiações. Diz apenas que os recursos podem ser usados para propaganda doutrinária e política, alistamento, campanhas eleitorais e na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e educação política. O partido analisa fazer uma parceria com o Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, para dar a premiação.
Depois de esconder o legado FHC durante a campanha eleitoral de 2010, o PSDB tenta agora, com as urnas fechadas, enaltecer a gestão do ex-presidente.
Resta saber quem gostaria de ostentar um premio FHC no currículo.
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