terça-feira, 1 de novembro de 2011

Rede de urgência do Norte de Minas comemora três anos

Somente através do Samu foram mais 200 mil atendimentos desde a regionalização
Neste mês de novembro a Rede de Urgência e Emergência do Norte de Minas completa três anos vivendo o desafio de consolidar as redes de atenção de forma que o paciente seja sempre encaminhado para o local adequado, onde irá receber assistência eficaz e no menor tempo possível.
O Complexo Regulador Macrorregional, onde funcionam a central de regulação do Samu e a central de regulação assistencial, foi inaugurado em 22 de novembro de 2008, marcando o início do atendimento em rede às urgências e emergências na região.
A Rede de Urgência e Emergência integra 86 municípios do Norte de Minas, beneficiando cerca de 1,6 milhão de pessoas. Da forma como foi organizada, os municípios trabalham integrados, sob um só comando, com indicadores e linguagem única, de modo que toda a estrutura gire em torno do paciente, não o contrário.
O Samu Macronorte foi o primeiro do país a funcionar de forma regionalizada e seu papel é fundamental na Rede, pois é o elemento ordenador dos atendimentos de urgência e emergência na região.
A Central de Regulação do Samu recebe em média 300 ligações por dia sendo 80% solicitações para atendimento, que geram, diariamente, cerca de 100 saídas de ambulâncias para atendimento ou transferência de pacientes de uma unidade hospitalar para a outra.
Nestes quase três anos de regionalização foram 202.232 chamados, sendo 75.400 atendimentos com unidade móvel. Foi realizado transporte/transferência de 2.105 pacientes e 102.062 usuários receberam orientação médica por telefone, dispensado o atendimento no local. Dos atendimentos realizados neste período, 52.784 foram encaminhados a uma unidade hospitalar ou de saúde básica e 24.701 foram liberados no local após atendimento, contribuindo para desafogar os pronto-socorros.
Diferentemente das outras unidades do Samu do país, cujo investimento é tripartite, sendo 15% municipal, 35% estadual e 50% federal, no Norte de Minas, o Governo Estadual reponde por 60% do recurso, o Governo Federal 30% e os municípios por 10%, contribuindo com R$ 0,13 per capita. “A Rede de urgências do Norte de Minas é um projeto pioneiro e além de não contarmos com uma experiência em que pudesse nos inspirar, ainda tivemos que nos superar para receber as constantes comitivas de vários estados brasileiros e até de outros países que vêm buscar em nossa experiência informações para organizar o serviço em suas regiões. O Norte de Minas é uma região onde a responsabilidade solidária dos municípios faz a diferença e graças a essa parceria e investimento diferenciado por parte do Governo Estadual comemoramos o sucesso desse projeto. Temos muitos desafios a vencer, mas certamente nenhum município da região gostaria de voltar ao que era antes”, avalia Warmillon Fonseca Braga, presidente do Cisrun, consórcio público de saúde responsável pelo gerenciamento da Rede.
VENCENDO DESAFIOS
Durante a estruturação da Rede de Urgência e Emergência na região, uma importante etapa foi a implantação da classificação de risco nas unidades de saúde, através do Protocolo de Manchester. “Com a realização da triagem houve uma redução na procura pelos serviços de urgência por pacientes classificados como pouco urgentes e não urgentes. Isto significa um melhor atendimento na atenção primária e, consequentemente, uma melhoria do fluxo da Rede”, observa Olívia Pereira de Loiola, superintendente regional de Saúde.
Segundo a superintendente, para fortalecer a integração dos pontos da Rede, os hospitais microrregionais também receberam uma atenção especial do Governo de Minas. Todos foram equipados para realizar a classificação de risco e os hospitais de Brasília de Minas, Janaúba, Pirapora e Taiobeiras foram ampliados, recebendo, cada um, 10 leitos de UTI. A criação dos novos leitos de UTI permitiu a ampliação do número de procedimentos de média e alta complexidade, reduzindo sensivelmente as transferências inter-hospitalares e o tempo-resposta do atendimento.
A Macro Norte possui 39 hospitais cadastrados no sistema Susfácil, sendo que 22 estão integrados à Rede de Urgência e Emergência. São 2.169 leitos, sendo 116 deles de UTI disponíveis.
Além disso, 19 hospitais da região também participam do Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais (Pro Hosp) através do qual já receberam mais de R$80 milhões desde a criação do programa, em 2003. “Com a Rede, estamos registrando uma redução significativa dos óbitos e sequelas em pacientes graves, devido à agilidade e melhoria do acesso ao atendimento”, observa Olívia Loiola.
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Além do investimento na estrutura dos hospitais, manutenção de segurança e troca periódica de veículos da frota do Samu e do Sistema de Transporte em Saúde (SETS), Olívia explica que a Secretaria de Estado de Saúde também está investindo na qualificação profissional. “Enfermeiros e médicos que atuam na Rede foram treinados para realizar a classificação de risco e todas as unidades de saúde recebem o sinal do canal Minas Saúde, possibilitando aos profissionais a oportunidade de estudar e atualizar os conhecimentos”, destaca Olívia.
O coordenador médico do Samu Macronorte, Enius Freire Versiani também destaca a educação continuada à qual os quase 600 profissionais da instituição são submetidos. “Além dos cursos regulares realizados pelo Núcleo de Educação Permanente do Samu, os profissionais também participam do curso realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que está padronizando ainda mais o atendimento. Essa educação permanente tem sido um diferencial para que o Samu chegasse ao nível de excelência em que está, atestado inclusive com medalha de ouro na Olimpíada Nacional de Atendimento Pré-hospitalar”, comemora.

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