Anastasia e a herança de Aecio. Roubalheira |
Por este contrato, o governador Marcondes Perillo, do PSDB, paga R$ 1.935,02 mensais pelo aluguel de uma viatura policial Fiat Palio Flex 1.0 de com manutenção preventiva incluída. Em 14 meses, paga-se o preço do carro zero quilômetro, cujo preço de tabela é R$ 26,6 mil. Tudo bem que a viatura é equipada com opcionais tais como sirene, rádio comunicador e outros itens mas, por outro lado, uma compra em grande escala dos quase dois mil veículos alugados garantiria preços menores que o de tabela.
Mil viaturas com manutenção mais cara que veículo. |
O “choque de gestão” iniciado no governo Aécio e seguido por Anastasia consiste em não alugar, mas adquirir cada viatura por R$ 35,4 mil e pagar uma manutenção de R$ 42 mil por veículo, parcelado em 24 meses.
Dessa forma, considerando o período de dois anos do contrato, o custo por viatura é de (exorbitantes) R$ 3.225 por mês, com uma diferença: o veículo usado – e depreciado – fica no patrimônio do Estado, ao fim do período do contrato.
Em 11 meses sob esse regime, paga-se o valor do carro zero, cujo preço de tabela é R$ 34,6 mil (o modelo da polícia mineira, Palio Attractive 1.4 8V flex, é mais caro do que o goiano). Ou seja, com esta verba, o governador tucano poderia renovar a frota de 11 em 11 meses, e ainda sobrar dinheiro com a venda dos carros usados, ou simplesmente gastar bem menos por mês mantendo a frota por mais tempo.
A empresa contratada pelo governo de Minas, ainda na gestão de Aécio Neves, é do Grupo Júlio Simões, com sede em Mogi das Cruzes (SP), terra do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), amigo de Aécio desde os tempos de juventude (foi o mineiro quem alocou Costa Neto em uma diretoria do Porto de Santos no governo José Sarney).
Depois dos escândalos da terceirização de ambulâncias, merenda escolar, aluguel de viaturas policiais, cai por terra aquele argumento neoliberal demotucano de que o Estado seria ineficiente, caro e corrupto, pois o que vemos é igualmente corrupção e aumento de custos quando transfere-se o papel que seria de servidores de carreira para empresas terceirizadas.
E desperdiçando dinheiro, a ponto de pagar até R$ 3,2 mil por mês para um viatura policial, fica difícil os governadores Anastasia e Perillo dizerem que não têm dinheiro para melhorar pelo menos um pouco o salário dos seus policiais e professores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário