sábado, 10 de outubro de 2009

EM ASSEMBLÉIA, FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DE MONTE AZUL OPTAM POR DENUNCIA AO MINISTÉRIO PÚBLICO E PARADA DE PROTESTO.







Na manhã desse sábado, 10 de outubro, o sindicato dos servidores municipais de Monte Azul fez realizar uma assembléia para discutir a situação dos servidores do município. Com presença de toda a diretoria e cerca de 150 funcionários públicos a reunião iniciou seus trabalhos com a palavra de seu presidente Damastor de Souza, que relatou a situação atual a que passa os servidores municipais. Colocou o presidente que é atípico, não somente a situação, mas também a solução a ser indicada como caminho pelo sindicato. Solicitar instalação de procedimento administrativo ao ministério público contra o município e uma parada de protesto no dia 15 de outubro, dia do professor.
Nas palavras da professora contratada, Fernanda Custódio, ao se fazer ouvida pelos presentes a reunião, a situação é difícil e humilhante. Sem pagamento a três meses, quando recebeu o salário de junho no inicio desse mês ficou desalentada ao ir ao banco. O dinheiro depositado ficou no banco para cobrir o saldo devedor com a instituição financeira, e a ida ao banco nos atualizou o real conhecimento de nossa situação.
Declara a professora que quando se dirigiu a prefeitura para ver quando iria receber pelo trabalho prestado recebeu foi humilhação da administração. Diz que ouviu do setor foi que ela não tinha direito de falar nada, que estava contratada porque era vontade dos mandatários e que poderia ser despedida quando eles quisessem. Que tinha que trabalhar mesmo sem receber ou seria a culpada pelo fechamento da escola que trabalha.
Fernanda expôs que o professor tem que estudar para conseguir ser bom profissional. Como uma criança não aprende com a barriga vazia, com fome, um professor não consegue se alimentar e nem estudar sem receber.
Foi enfática ao declarar que o profissional tem que se valorizar. Se despedidos forem, não encontrarão profissionais a altura da substituição. Finaliza a professora reclamando que o contratado, além de ser negado o 13º salário, agora também não tem direito ao pagamento mensal.
Anselmo Ferreira, representante dos garis, reclamou da falta de uniformes para trabalho e dos equipamentos velhos. Disse que os carrinhos são da época de Dr. Paulo, ou seja, de aproximadamente 10 anos de uso constante. Anselmo congratulou-se com os garis presentes e afirmou que sua classe foi intimidada e ameaçada com demissão se fosse a reunião do sindicato. Reclamou que os motoristas do setor, que trabalham nos carros arrendados de terceiros, receberam o aviso da prefeitura ¨ Se quiserem pode sair, mas esse mês vocês não irão receber ¨, sendo esse o terceiro mês de atraso. Foi aplaudido quando declarou que nada vai impedir os garis de aderirem a parada no dia 15 e finaliza dizendo ¨ Enquanto eles cuidam dos bois deles, nos estamos na cidade recolhendo a sujeira ¨.
Já Carlinhos, motorista da prefeitura, em apoio a Anselmo, Pegou o microfone para dizer ¨Não vamos mais ser humilhados. Até agora não apareceu nossa bandeira, a que apareceu foi somente a deles. Chega. Basta.
O vice presidente do sindicato, Professor Nelson, concitou a todos a se organizarem citando Karl Marx e solicitou o apoio para o protesto do dia 15, onde iriam todos manifestar seu descontentamento com a situação. Declarou que o sindicato não é contra o prefeito, mas é totalmente contra a humilhação que todos estão passando, e que brigar pelo direito não pode gerar demissões, e se acaso acontecer o sindicato estará lado a lado com o demissionário.

PALAVRA FRANCA
O pedreiro Roberto Carlos Lima,utilizando a palavra franqueada, diz que o servidor municipal está machucado, pois a situação está tão difícil que o nome de muitos foi parar no SPC. Afirma que o medo até agora tem arrasado com a vida do empregado da prefeitura, insinuando o assedio moral e ameaças dos patrões.
Enquanto eles estão crescendo, fazendo mansões, nossa casa ta caindo. Se ficarmos como estamos iremos de mal a pior, temos que lutar, reinvidicar.
A professora Elaine Custódio conclamou a luta pelos direitos e melhores condições pois o que se conseguiu até hoje foi através de luta e esforço. Elaine disse que os servidores foram ameaçados com retaliações e de morte se participassem dos protestos, mas afirma que se ficarem com medo do prefeito e dos secretários nada irão conseguir. E concretiza falando que o prefeito passa e o servidor continua e se sentiria uma covarde se sua classe fosse as ruas e ela não estivesse presente.
A também professora Luciene Silveira declara que os problemas são muitos e a luta não vai ser fácil. Que além de não receberem em dia seus proventos, falta material, falta carteiras e a merenda, quando tem, é em dia alternado. Afirma que todos conhecem seus direitos, o que falta é coragem.Emocionada contou que seu irmão, também funcionário público, chegou para ela e disse ¨Me ajude, pois estou sem receber¨. Nessa parte do seu depoimento, ao microfone e diante a platéia, Luciene foi contida pelas lagrimas que lhe veio aos olhos e por alguns segundos sua voz calou-se. Foi aplaudida pelos colegas, pouco depois continuou, ¨ Aí a gente procura as autoridades, se referindo aos administradores públicos municipais, e eles riem da cara da gente.Tratam-nos com ironia. Depois se revigoriza e declara ¨Se tivermos que morrer lutando, nos iremos morrer¨.
Elton Nunes, o Eltinho do alistamento militar, contou que uma filha sua que hoje mora em Montes Claros chegou para ele e disse ter perdido o primeiro voto dela. Ele a questionou afirmando que não, pois seu Joaquim tinha ganho as eleições. Ela então reafirma sua posição, colocando a difícil situação do município e afirmando para concretizar seu pensamento - ¨E o senhor está ai sem receber ¨. Depois de dizer que sua filha afirmou que não o acompanha mais em seu voto Eltinho finaliza ,¨ Se um presidente a gente colocou para fora, um prefeito...¨.
O diretor Elson Hermógenes, o Maradona, o mesmo que segundo o vereador Francisco de Assis estava presente quando foi ameaçado de tomar um tiro de 12, declarou que mesmo sendo chamado de capeta pelo secretário e filho do prefeito, o Haroldo, no momento de assinar o ponto na entrada da prefeitura, não tem nada pessoal contra o prefeito, mas que é contra a maneira dele administrar.
Maradona lembrou que na época da administração do Dr. Paulo ele teve que ir na rádio defender os direitos dos colegas, perseguidos pelo prefeito, porque o sindicato era omisso. Agora ele faz parte de uma diretoria do sindicato onde todos votaram no atual prefeito mas estão ao lado dos servidores. Foi categórico ao afirmar que os membros do sindicato lutara pelos servidores, mesmo com seus dias de serviços cortados quando se afastam por poucas horas para prestar serviço ao sindicato e embora sejam covardemente ameaçados.
Mais uma vez vem a tona as ameaças de morte, onde Maradona, lembrando os que morreram por mãos de assassinos de aluguel por discordarem dos donos do poder, arremata dizendo ¨ Até perdoamos os que receberam para matar, mas os que mandaram, esses um dia irão pagar ¨.

DIA DO PROTESTO, DIA DE VESTIR PRETO.
A mesa diretora coloca em votação na assembléia do sindicato dos servidores público municipais o dia 15 de outubro, dia do professor, como dia de protesto a favor dos direitos do servidor municipal, com saída ás nove horas da manhã da frente da secretaria de educação, que fica em frente a biblioteca publica municipal, percorrendo as ruas até o mercado, passando em frente a prefeitura e retornando ao ponto de saída. A aceitação foi unânime, com todos os presentes que poderiam votar se levantando em sinal de aprovação.
Foi colocado que os presentes se vistam de preto, ou vestuário que predomine essa cor. Que portem faixas e cartazes em favor dos direitos do servidor.
A administração será notificada da posição dos servidores e do dia do protesto em oficio na terça-feira, e todas as exigências legais serão cumpridas pelo sindicato para levar adiante o dia 15 como o Dia Da Independência do Servidor Municipal.

PROMOTORIA DE JUSTIÇA SERÁ ACIONADA
Também ficou acertado em assembleia que o primeiro dia de trabalho do novo promotor de Justiça em Monte azul, será também o dia da apresenta de oficio do sindicato solicitando ao Dr. Daniel Oliveira de Ornelas a instalação de proscedimento administrativo contra o municipio de Monte Azul pelo não pagamento dos servidores municipais.
Sugere a representação do sindicato o ajuizamento de Ação Civil Pública e possível Ação de Cobrança Com Pedido Tutelar Antecipada contra o referido município, em virtude do caos remuneratório instalado em Monte Azul, alegando que o salario para os trabalhadores, nada mais representa que a confirmação de sua mesa, sua alimentação e de sua familia.

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