A visita do governador Antônio Augusto Anastasia a Montes Claros, foi marcada por um fato inédito na cidade e que remonta aos tempos da ditadura militar. O juiz Marco Antônio Ferreira, da 3ª Vara Cível, concedeu liminar ao prefeito da cidade, Luiz Tadeu Leite (PMDB), mandando recolher das bancas o jornal Daqui, cuja edição traz denúncias contra o chefe do executivo local. O prefeito temia repercussão negativa justamente no dia em que o governador visitava Montes Claros.
Não por acaso, o recolhimento dos exemplares começou pelas bancas localizadas na região do entorno da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), onde a comitiva de Antônio Anastásia se reuniu e para onde se voltaram todas as atenções da cidade. O jornal traz como matéria de capa o imbróglio político entre o governador e o prefeito, excluído da negociação que culminou no anúncio de uma fábrica da Alpargatas para Montes Claros. A atitude de Anastasia seria uma retaliação a Leite, responsabilizado pelo Palácio da Liberdade pela desistência da montadora alemã BMW em trazer uma unidade para Minas Gerais. Em entrevista à imprensa, a secretária de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck, acusou diretamente o prefeito pelo recuo da BMW. Por meio de sua assessoria de Imprensa, o próprio Anastasia não escondeu sua contrariedade com o episódio. Para ele, houve quebra do princípio da confidencialidade quando Tadeu Leite anunciou que a montadora viria para Montes Claros. Segundo ele, nunca foi cogitado que o município seria contemplado com o empreendimento. Ele esclareceu que o projeto do grupo alemão é se instalar na América Latina e que o Brasil levaria vantagem sobre o México, outro país na disputa. Nesse caso, Minas entraria na disputa e já estava fazendo gestões nesse sentido.
LUIS CARLOS GUSMÃO
Ô Bouchardet, o texto não é do Luis Carlos Gusmão. É de minha autoria, amigão.
ResponderExcluirWaldo Ferreira