Operação Corcel Negro desmontou esquema em Minas que pode ter causado prejuízos de até R$ 300 mi aos cofres públicos
Pelo menos nove pessoas foram presas em Minas Gerais durante operação Corcel Negro II, iniciada nesta sexta-feira (22) – que terá continuidade neste final de semana – para combater o uso de mata nativa para a produção de carvão. Entre os presos está o empresário do setor siderúrgico Daniel Borges Pinto, 41 anos. Ele foi preso em uma cobertura de luxo no Bairro Belvedere, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
O empresário é acusado de sonegação fiscal. No apartamento dele, a Polícia Militar encontrou cerca de R$ 20 mil, seis espingardas e um revólver, armas que estavam sem registro. Documentos e computadores que comprovam a sonegação foram apreendidos e serão periciados pela Polícia Civil.
No Norte de Minas, a operação está sendo realizada em dez cidades e, até esta tarde, oito pessoas, entre elas três militares, haviam sido presos. A operação foi planejada pelo Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ( Ibama), Ministério Público de Minas Gerais, Polícia Militar de Meio Ambiente e Receita Estadual.
Foram expedidos pela Justiça 23 mandados de busca e apreensão, realizados nas cidades de Águas Vermelhas, Bocaiúva, Espinosa, Mato Verde, Montes Claros, Rio Pardo de Minas, Salinas, São Francisco, São João do Paraíso e Taiobeiras. Outras 14 pessoas foram presas na Bahia, Goiás, Maranhão, Pará e Pernambuco. Na segunda-feira, o Ibama vai divulgar um balanço das prisões em todo o país.
Foram expedidos pela Justiça 23 mandados de busca e apreensão, realizados nas cidades de Águas Vermelhas, Bocaiúva, Espinosa, Mato Verde, Montes Claros, Rio Pardo de Minas, Salinas, São Francisco, São João do Paraíso e Taiobeiras. Outras 14 pessoas foram presas na Bahia, Goiás, Maranhão, Pará e Pernambuco. Na segunda-feira, o Ibama vai divulgar um balanço das prisões em todo o país.
As prisões em cidades mineiras ocorreram também em Sete Lagoas e Matozinhos, onde os diretores das siderúrgicas Siderminas e Cosimat foram detidos. As duas empresas são acusadas de serem beneficiadas com o carvão vegetal desmatado em Minas Gerais, mas usando notas fiscais falsas dos outros estados.
A estimativa é que 500 mil metros cúbicos de carvão produzidos em dois anos fazem parte do esquema fraudulento. Teriam sido desmatados 16 mil hectares ilegalmente, principalmente no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha.
Nas cidades de Taiobeiras e São João do Paraíso foram presos os cabos da Polícia Militar Souza e Jair Araújo, enquanto em Montes Claros foi preso o sargento reformado Vianey.
Na cidade de São Francisco, o mototaxista Silésio Carlos Antunes dos Santos foi preso e levado para Montes Claros, mas como negou qualquer participação no esquema de fraudes em notas fiscais de produção de carvão, foi levado para a Cadeia Pública. Ele explicou à imprensa que deve estar ocorrendo algum engano, pois não sabe do que estava ocorrendo.
Na cidade de Mato Verde, José Luiz Barbosa Junior foi preso e levado para Montes Claros. Ele garante que são infundadas as acusações contra ele. Carlos Antônio Murta Alves foi preso também em Bocaiúva.
Os levantamentos mostram que o esquema causou um prejuízo de R$ 50 milhões aos cofres públicos, com a evasão de receita. O rombo, no entanto, pode chegar a R$ 300 milhões.
Como resultado direto da operação, o Ministério Público propôs a instauração de 64 ações judiciais , sendo 40 delas somente no Norte de Minas que, por ter o maior maciço florestal de Minas Gerais, acaba sendo usado pelos infratores para cometer o crime. Os acusados ficarão presos em Montes Claros e Belo Horizonte à disposição da Justiça.
Celso Martins e Girleno Alencar - Do Hoje em Dia
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