Documentos obtidos com exclusividade por 247 mostram que o atual senador por Minas teria sido beneficiado, nas eleições de 2002, pelo esquema montado na estatal; “recebedor/repassador” teria sido o atual secretário de Governo Danilo de Castro
Marco Damiani_247 – Sem despertar qualquer tipo de desmentido, a divulgação com exclusividade por 247 da “Declaração para Fins de Prova Judicial ou Extrajudicial” assinada pelo ex-presidente de Furnas Dimas Fabiano Toledo – e registrada no 23º Ofício de Notas do Rio de Janeiro, em 6 de novembro de 2008 – contém mais revelações sobre políticos que teriam sido beneficiados, nas eleições de 2002, pelo esquema de caixa dois montado na estatal.
Marco Damiani_247 – Sem despertar qualquer tipo de desmentido, a divulgação com exclusividade por 247 da “Declaração para Fins de Prova Judicial ou Extrajudicial” assinada pelo ex-presidente de Furnas Dimas Fabiano Toledo – e registrada no 23º Ofício de Notas do Rio de Janeiro, em 6 de novembro de 2008 – contém mais revelações sobre políticos que teriam sido beneficiados, nas eleições de 2002, pelo esquema de caixa dois montado na estatal.
Há, no documento, um trecho inteiro dedicado aos benefícios em dinheiro vivo que teriam sido usufruídos pela campanha eleitoral do atual senador Aécio Neves (PSDB). Em 2002, ele concorreu e venceu as eleições para governador de Minas Gerais. A Declaração do ex-presidente de Furnas registra o seguinte:
“Nessa vereda, o Secretário de Governo de Minas Gerais Danilo de Castro, sendo mais um recebedor/repassador e operador do esquema de desvios de recursos públicos, originados do caixa dois da empresa Furnas Centrais Elétricas S/A. Os valores ultrapassaram a cifra de R$ 38.000.000,00 (trinta e oito milhões de reais). Danilo de Castro repassou estes recursos não declarados para vários políticos do Estado de Minas Gerais, incluindo o atual Governador Aécio Neves da Cunha com o valor de R$ 6.575.980,00 (seis milhões, quinhentos e setenta e cinco mil e novecentos e oitenta reais), e para a campanha de José Serra e Geraldo Alckmin com a importância de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais)”.
A Declaração prossegue:
“Foram verbas sequer declaradas na Receita Federal e muito menos no Tribunal Regional Eleitoral, conforme constam nos relatórios que foram encaminhados pelo próprio Danilo de Castro para este declarante Dimas Fabiano Toledo”.
247 está procurando os políticos citados para registrar suas reações.
Para os outros textos de 247 a respeito da Declaração assinada e registrada pelo ex-presidente de Furnas Dimas Fabiano Toledo, leia nos links as notícias publicadas por 247 na sexta-feira 22:
http://www.brasil247.com.br/pt/247/poder/9059/Fantasma-do-caixa-2-de-Furnas-assombra-Kassab.htm
http://www.brasil247.com.br/pt/247/poder/9082/Pressionado-por-d%C3%ADvida-ex-de-Furnas-revela-caixa-2.htm
http://brasil247.com.br/pt/247/poder/9100/Caixa-2-de-Furnas-R$-192-mi-a-Alckmin-e-Serra-em-2002.htm
Navalha
Tudo se teria passado quando Furnas fazia parte do imaculado governo de Fernando Henrique Cardoso.
Logo, isso talvez não seja verdade.
Embora o PiG (*) tenha ignorado a informação – o que lhe confere um grama de veracidade.
Outro indício interessante é a informação do ex-deputado Roberto Jefferson (em quem o PiG (*) costuma acreditar) :
Outro indício interessante é a informação do ex-deputado Roberto Jefferson (em quem o PiG (*) costuma acreditar) :
Caixa 2
Jefferson diz que recebeu de Furnas
Alice de Salvo
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) disse nesta quinta-feira que deve ser feita uma investigação na lista com políticos que teriam recebido dinheiro de caixa 2 de Furnas. Segundo o deputado, a lista ganhou relevância com a declaração do ex-deputado Roberto Jefferson.
Jefferson reafirmou, em depoimento dado à Polícia Federal nesta quarta-feira, que recebeu 75.000 reais da da estatal Furnas para um caixa 2 da sua campanha eleitoral para deputado, em 2002. Jefferson é um dos cerca de 150 políticos – do PSDB, PTB, PFL, PL e PP – que constam de uma lista de supostos beneficiários de repasses irregulares para a campanha daquele ano.
A PF investiga a autenticidade da lista, entregue à PF pelo lobista Nilton Monteiro, responsável por revelar a existência do caixa dois do PSDB de Minas Gerais. Em entrevista coletiva, Jefferson evitou falar sobre os outros nomes da lista, mas disse que, em relação a ele, a relação é verdadeira.
“Vi a lista. Há dezenas de deputados e senadores e consta meu nome nas eleições de 2002. Falo por mim. Tudo o que eu falo, falo por mim, e os outros desmentem. Quando falei do mensalão, o Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT) disse que não deu e o Marcos Valério também disse que não”, disse Jefferson.
O ex-deputado afirmou que recebeu o dinheiro do então diretor de Furnas, Dimas Fabiano Toledo, investigado como suspeito de ter sido o operador do caixa dois em Furnas – cujos colaboradores seriam empreiteiras e prestadoras de serviço. Toledo até agora não foi ouvido por CPIs nem pela PF.
Jefferson afirmou ainda que a lista tem “lógica política” e que, na sua opinião, deve ser verdadeira. “Creio que ela é muito próxima da verdade, mas é um juízo meu porque é ela é verdade em relação a mim. Em relação aos outros, é como sempre funcionou eleição no Brasil, com caixa dois. É uma lista de caixa dois.”
Paulo Henrique Amorim
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