Pobres. Fábio teme que benefício não chegue aos mais carentes
A chamada "Sudene mineira" não vai atender às necessidades das áreas mais carentes do Estado. A afirmação é do deputado federal Fábio Ramalho (PV-MG), que aponta falhas no projeto de autoria do governador Antonio Anastasia para promover o desenvolvimento econômico dos municípios do Norte de Minas e dos vales do Jequitinhonha e Mucuri.
De acordo com o texto, que será encaminhado à Assembleia Legislativa de Minas, o governo mineiro pretende criar um fundo para oferecer linhas de financiamento com juros mais baixos às empresas interessadas em se instalarem na região, além de fomentar a atividade industrial com incentivos fiscais, como redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Para o deputado, a ideia do governo é boa, mas a lei deveria ter incentivos específicos para atender às cidades mais pobres do Médio Jequitinhonha e Vale do Mucuri. "Essas regiões têm o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado, sem infraestrutura e com pouquíssima mão de obra. Se não houver incentivos a mais para as indústrias se instalarem lá, todas, com certeza, irão para a região de Montes Claros, que é muito mais desenvolvida", aponta Ramalho.
Segundo o parlamentar, as cidades do Vale do Mucuri formam um verdadeiro cinturão de pobreza, dominado pelo consumo de crack. "Lá virou uma grande favela de desempregados. São pessoas de bem que precisam de mais carinho e de uma oportunidade", acrescenta. Um exemplo, segundo Ramalho, é a região no entorno da cidade de Teófilo Otoni. São cerca de 60 municípios que somam mais de 1 milhão de pessoas, sendo que 70% estão desempregados. "Já conversamos com o governador e esperamos que ele se sensibilize e nos procure para ouvir nossas reivindicações. Vamos envolver toda a sociedade de Minas para mostrar que estou defendendo uma região que está na contramão do progresso", afirma o deputado federal.
O projeto de lei que cria a Sudene Mineira deve ser encaminhado à Assembleia após o recesso parlamentar, que termina em 31 de julho.
Publicado no Jornal OTEMPO em 20/07/2011
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