O embargo e cerco dos EUA sobre Cuba completou 50 anos nesta sexta-feira (3 de fevereiro) debaixo de promessas de endurecimento por parte dos candidatos republicanos à presidência norte-americana. “No ano de Mil novecentos e sessenta e dois o então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, emite a Proclamação Presidencial 3447, que impõe o bloqueio econômico total desse país a Cuba”, lembrou o jornal oficial Granma em sua coluna “Hoje na história”.
Quando falamos deste cerco a Cuba, é inevitável compararmos com a mitológica Guerra de Troia que foi um grande conflito bélico entre gregos e troianos, possivelmente ocorrido entre 1300 A.C. e 1200 A.C. quando os gregos cercaram Troia levando 10 anos até conseguirem entrar na cidade e dominá-la.
O embargo econômico a Cuba, logo após a chegada de Fidel Castro ao poder, já foi apontada como “injusta” pelo papa João Paulo II e vem sendo condenada sistematicamente pela ONU desde 1992. A última condenação, de 2011, teve 186 votos a favor, dois contra (Estados Unidos e Israel) e três abstenções (Ilhas Marshall, Micronésia e Palau). Segundo Havana, até 2010 as perdas pelo embargo superavam os US$ 104 bilhões, mais que o triplo do Produto Interno Bruto (PIB) da ilha e é um flagrante desrespeito aos direitos humanos.
O atual governante de Cuba, Raúl Castro, tem feito declarações no sentido de que as lideranças do país deixem de “colocar a culpa no bloqueio” e já adotou cerca de 300 reformas destinadas a renovar o modelo econômico da ilha – sempre levando em conta a permanência em vigor do embargo e da guerra dos EUA contra Cuba. De qualquer modo, o governo de Cuba também realça os efeitos negativos do embargo (reforçado pelas leis Torricelli, de 1992, e Helms-Burton, de 1996) sobre setores como saúde, educação e alimentação.
Cabe lembar, fazendo um paralelo com Troia, que os EUA sempre procuraram e procuram apoiar todos os possiveis 'cavalos de troias' que possam surgir dentro da ilha para poderem invadir Cuba. A cidade de Troia só foi tomada graças ao artifício concebido pelo grego Odisseu (Ulisses): fingindo terem desistido da guerra, os gregos embarcaram em seus navios, deixando na praia um enorme cavalo de madeira, que os troianos decidiram levar para o interior de sua cidade, como símbolo de sua vitória. À noite, quando todos dormiam, os soldados gregos, que se escondiam dentro da estrutura oca de madeira do cavalo, saíram e abriram os portões para que todo o exército (cujos navios haviam retornado, secretamente, à praia), invadisse a cidade.
Não há dúvidas que entre os dramas e mitos da humanidade, Cuba se insere junto com as aventuras dos poemas descritos há mais de dois mil e oitocentos anos por Homero na Odisseia e na Ilíada, Muitas histórias de absoluto heroismo tem demonstrado Cuba, com Che, pela América Latina, nas resistências em Angola e pelos 5 cubanos presos nos EUA.
Enquanto isto, os EUA continuam mantendo o vergonhoso campo de concentração de Guantanamo, já reiteradamente condenado.
Do Rededemócratica
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