segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

IMPUNIDADE É REGRA NAS GUERRAS IMPERIALISTAS

soldado Michael Wagnon, assassino impuni.
“As forças armadas dos EUA retiraram, sexta-feira (3), todas as acusações contra o quinto soldado acusado de assassinar civis afegãos e guardar os restos mortais "como troféus". Para o Pentágono, a absolvição de Michael Wagnon foi "do interesse da justiça" [?].
O caso tornado público em maio de 2010 já levou à condenação de quatro dos cinco envolvidos na morte e profanação dos cadáveres de três civis afegãos, entre 2009 e 2010, na província de Kandahar, no Sul do território, incluindo o sargento Calvin Gibbs, de 26 anos, sentenciado a prisão perpétua por ser o alegado líder do grupo.
O conclusão desse caso ocorre dias depois de o sargento Frank Wuterich, chefe de pelotão de infantaria, se ter declarado culpado da morte de 24 iraquianos desarmados em novembro de 2005, na cidade de Haditha.
O massacre onde morreram mulheres e crianças (e no qual número indeterminado de pessoas ficaram feridas), ocorreu depois de a explosão de uma mina antipessoal ter morto um soldado norte-americano e ferido outros dois.
A assunção da culpa por parte de Wuterich valeu-lhe um acordo com as autoridades militares, mediante o qual lhe foram retiradas as acusações de homicídio.
Assim, e por “negligência no cumprimento do dever”, o agora ex-sargento do exército só cumprirá três meses de prisão, será rebaixado ao posto de soldado, e terá o seu salário reduzido em dois terços durante os 90 dias de detenção. Os restantes sete implicados nos acontecimentos foram absolvido.
Em Hadita, a decisão do tribunal militar dos EUA foi recebida com comoção e asco, relataram meios de informação locais citados pela TELESURTV. Já a AFP [Agência France Press] deu voz ao advogado dos familiares das vítimas, para quem “matar 24 civis e ser castigado com três meses de prisão representa crime contra a humanidade”.
A agência noticiosa ouviu, ainda, um médico do hospital de Haditha, Ayad Ghazi, Musleh que considerou “que o sangue dos iraquianos e dos habitantes do [chamado] terceiro mundo é o mais barato”.
GLORIFICAÇÃO DA DESUMANIDADE
Antes da última sentença sobre o caso de Haditha ser conhecida, um franco atirador de um pelotão das tropas especiais, Chris Kyle, afirmou, publicamente, ter morto 255 iraquianos [na guerra criada pelos EUA e aliados, com pretextos falsos, para se apossarem do controle da produção e exportação do petróleo iraquiano], fato do qual não só não se arrepende como, pelo contrário, se orgulha.
Oficialmente, o Pentágono reconhece-lhe ["somente"] cerca de 150 vítimas, mas Kyle garante que a cifra é muito maior, vangloriando-se com a sua participação no assalto a Fallujah, onde, exemplifica, matou pelo menos 40 iraquianos.
Pelos feitos que intitula de “históricos”, relatados no livro “American Sniper”, Kyle aceita a denominação de “demônio de Ramadi”, “lenda” ou “o exterminador”. "Faria tudo de novo", assegura o agora instrutor de tiro no Estado do Texas.
Segundo o grupo de defesa dos direitos humanos “Iraq Body Count”, em 2011 morreram no país 4059 civis, mais 83 que em 2010.
Para assassinos a glória, á informantes prisão perpetua.

Em sentido contrário ao juízo dos casos de massacres perpetrados por tropas norte-americanas no Iraque e Afeganistão – em que a regra é a impunidade para executantes e decisores políticos –, a justiça militar de Washington decidiu, no passado dia 4 de fevereiro, levar por diante o processo contra o soldado Bradley Manning, acusado de [supostamente] fornecer ao Wikileaks documentos militares sobre as guerras no Médio Oriente e Ásia Central, e aproximadamente 260 mil mensagens trocadas entre representações diplomáticas da Casa Branca e o Departamento de Estado.
Manning pode ser condenado a prisão perpétua por “conluio com o inimigo”.
FONTE: site “Avante!”

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