terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Diferentemente ao restante do Brasil, pobreza cai em ritmo lento em Minas.

Norte de Minas é o mais prejudicado na distribuição de verbas
Situação é critica quando se compara com situação dos outros Estados do Sudeste. Se governo investisse menos com propaganda enganosa e investisse corretamente as verbas Federais Minas estaria na frente.
Relatório do Ipea mostra que situação social do Estado melhorou, mas números são tímidos em relação ao Brasil
Raquel Ramos - Do Hoje em Dia - 14/02/2012 -
Em passos lentos, Minas Gerais tem reduzido a pobreza e superado a desigualdade social. É o que sinalizam os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgados, na última segunda-feira (13), na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte. O relatório faz parte da série de estudos “A Situação Social nos Estados”, que mostra a evolução de indicadores das áreas de saúde, educação, pobreza, saneamento, entre outros, entre 2001 e 2009.
Para avaliar o poder aquisitivo da população mineira, foi levada em consideração a renda domiciliar per capita, que expressa a parcela da renda gasta por cada membro das famílias. O valor, que era de R$ 452,90, em 2001, saltou para R$ 631,20 em 2009. Apesar do avanço, ainda hoje Minas Gerais permanece atrás da média nacional (R$ 631,70), e distante da realidade da região Sudeste do país, onde a renda domiciliar é de R$ 759,50.
 Mesmo assim, Albanita Roberta Lima, subsecretária de Projetos Especiais de Enfrentamento da Pobreza da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), defende que o dado é positivo. “Estamos bem em relação à média nacional porque esses poucos centavos não são significantes”, argumenta. A discrepância em relação à região, segundo ela, pode ser justificada pelo fato de São Paulo, um Estado extremamente rico, puxar esse dado para cima.
 Na zona rural de Minas, chama a atenção a baixa renda domiciliar que, apesar do crescimento de 49% nos últimos oito anos, estava em R$ 334,2, em 2009.
Albanita Roberta comenta que o valor pode ser explicado pela dificuldade de levar políticas públicas a esses locais, devido ao custo que elas representam para o governo do Estado, além da dispersão territorial dessas áreas.
O índice de extrema pobreza –que considera aqueles que têm renda per capita inferior a R$ 67,07 por mês, em setembro de 2009– também está em queda no Estado. Em 2001, 9% da população vivia nessa condição, enquanto, em 2009, eram apenas 3%.
O percentual é tímido, mas significa que cerca de 603 mil pessoas estão em situação de miséria. Albanita Roberta acredita que a maior parte dessas pessoas moram no Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha e Mucuri, consideradas as regiões mais pobres do Estado. Ainda assim, os dados mineiros são mais otimistas do que os nacionais. No país, a pobreza extrema atingia 10,5% da população em 2001, e 5,2% em 2009.
Segundo o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, a redução dos índices de pobreza e a melhora dos indicadores sociais podem ser creditados, sobretudo, à ampliação dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Os dados mostram que, em 2009, 22,4% da renda de mineiros beneficiados vinha dos projetos sociais. O número está 2% acima da médica nacional.
 “Temos muitos municípios de pequeno porte, com menos de 20 mil habitantes. Levar geração de empregos para esses lugares é muito difícil. Sem oferta de trabalho, é natural que a população fique mais dependente da ajuda do governo”, justifica Albanita Roberta. O relatório completo está disponível no site ipea.gov.br.

Nenhum comentário:

Postar um comentário