Quando o ex-governador de São Paulo José Serra perdeu o pleito de 2010 para a presidente Dilma Rousseff, deu-se como sepultado seu projeto de infância – como o mesmo lembrou durante a campanha – de se tornar presidente da República. Desgastado por mais uma derrota, o eterno candidato do PSDB parecia ter desperdiçado sua última chance, já que a candidatura do senador Aécio Neves para 2014 se impôs quase que naturalmente. Mas, quase um ano depois da vitória de Dilma, Aécio vai ficando pra trás, enquanto Serra recomeça a arregaçar as mangas na direção da Presidência mais uma vez.
A única movimentação política mais explícita (e ainda assim discreta) de Aécio mirando as eleições de 2014 foi um decreto assinado pelo governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), no mês passado, concedendo à ex-senadora Marina Silva o título de cidadã honorária do estado. O senador mineiro estaria de olho nos 20 milhões de votos da ex-candidata à Presidência pelo Partido Verde (Marina deixou o partido em julho) e, portanto, disposto a se aliar à ex-ministra do Meio Ambiente. Fora isso, Aécio concentra seus esforços na mudança do rito seguido pelas Medidas Provisórias no Congresso Nacional e pontua, aqui e ali, críticas ao governo Dilma. Sem empolgar, no entanto.
O comportamento de Aécio contrasta com o do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que já segue algo parecido com uma agenda de campanha para 2014 e, na semana passada, visitou a casa das Garças, reduto tucano. Os tucanos queriam saber o que Campos pensa sobre privatizações, entre outros assuntos. Também próximo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador pernambucano é alternativa tanto para o PT, caso Dilma e o próprio Lula não se animem a disputar o pleito de 2014, quanto para o PSDB, caso Serra não emplaque sua candidatura.”
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