Aberta temporada de trainees

São mais de mil vagas em todo o país

Correio da Bahia

Salários iniciais que ultrapassam R$ 5 mil, rodízio pelos diferentes setores da companhia, garantia de um plano de carreira e ainda grandes chances de virar chefe. Se você é recém-formado ou está prestes a concluir o ensino superior e se interessou pela proposta, atenção.

Nesta época do ano, as empresas, principalmente as multinacionais, abrem suas inscrições para recrutar jovens talentos. Hoje, mais de 31 organizações estão selecionando trainees. Juntas, elas reúnem mais de 1,2 mil vagas. Os pré-requisitos variam de acordo com o cargo e a empresa, mas, em geral, são solicitados, no máximo, dois anos de formação ou conclusão do curso previsto para o final do ano.

A gerente de gente e gestão da fábrica da Ambev em Camaçari, Ana Luiza Salustino, explica que essa restrição deve-se ao fato das pessoas ainda não terem tido muitas experiências em outras companhias, o que permite à empresa desenvolver o profissional de acordo com a sua própria cultura. Em relação ao tempo do programa, ele varia entre um e dois anos. “No nosso caso, são dez meses”, destaca.

Requisitos
Disponibilidade para viagens e para mudar de cidade, um segundo idioma fluente, espírito de liderança, dinamismo, capacidade empreendedora e facilidade de se relacionar são características que fazem a diferença para quem quer tentar uma vaga de trainee. Ana Luiza destaca ainda outra competência. “As empresas buscam um profissional no qual seu perfil comportamental esteja aliado às crenças e valores da companhia”, diz, complementando que os trainees são preparados para assumir um cargo estratégico dentro da empresa, que vai de coordenador a diretor.

Mas, diante de tantos atrativos, inclusive financeiros, já é de se esperar que o caminho para conseguir uma vaga de trainee não seja nada fácil. A depender do processo seletivo, a concorrência supera e muito a dos concursos públicos mais disputados no país, como o de diplomata.

“É muito mais do que um vestibular para uma universidade federal”, complementa a gerente de atração de talentos da Braskem, Daniela Panagassi. Ela conta que mais de 10 mil pessoas concorreram a 30 postos de trainee da empresa no ano passado, ou seja, quase 334 candidatos por vaga.

Como se não bastasse a alta concorrência, as seleções são árduas. Daniela explica que na Braskem, por exemplo, o processo conta com seis etapas, todas eliminatórias. São elas: teste on line de raciocínio lógico, teste on line de inglês, dinâmica em grupo, entrevista em inglês e um painel de negócios. “Em compensação, os selecionados são grandes talentos com alto poder de crescimento dentro da companhia. Isso sem falar que, ao término do programa, o emprego está garantido”.

Experiências
Antes que você se desanime, é bom ouvir o que o supervisor de produção da unidade da Ambev em Camaçari, Leonardo Badalotti, 25 anos, tem a dizer: “É difícil, mas não é impossível”. Catarinense, ele foi um dos 30 trainees selecionados da Braskem no ano passado, que contou com mais de 10 mil candidatos. Apesar de não existir uma fórmula para o sucesso, Badalotti conta que algumas dicas funcionam.

“Não precisa ser um gênio, basta ter uma boa formação acadêmica, acreditar na cultura da empresa e ser verdadeiro”, afirma, revelando que não era nenhum ‘CDF’, mas ocupava o tempo livre com novas experiências, como leitura, palestras e estágios.

Para o engenheiro de melhoria da planta da Dow em Aratu, Candeias, o paulista Fernando Frollini, 27, o esforço recompensa. “Ser trainee acelera o seu crescimento, tanto profissional quanto pessoal. Além disso, você vive tendo que vencer os desafios, que não são poucos. Isso é muito bom, sem falar de todos os outros benefícios”.

Ele, que também foi selecionado para outras duas empresas, conta que o segredo do sucesso é ser sincero e o mais objetivo possível. “Outra coisa importante: não adianta ser um bom técnico e não saber se relacionar”, orienta ele, que tem a meta de assumir um cargo de direção na Dow.