Que Belo Horizonte é a capital dos bares até a imprensa internacional já deu destaque. Mas o aumento da renda média da população nos últimos anos fez com que os mineiros substituíssem seus hábitos, ganhando em requinte. As mesas e cadeiras de plástico foram trocadas por modelos mais sofisticados; o copo lagoinha dá lugar às canecas e taças apropriadas para cada produto e o mais importante, a cerveja, ganha aromas e sabores diferenciados. Artesanais, os rótulos atraem cada vez mais consumidores e, em busca de aumentar a fatia desse mercado, duas das quatro principais microcervejarias de Minas preveem investimentos que, se somados, alcançam a cifra de 4 milhões, turbinando o setor de cerveja artesanal mineiro.
Paula Lebbos - abrir á visitas. |
Maior marca de Minas, a Backer prevê investimentos de R$ 3 milhões para ampliação da unidade do Bairro Olhos d’Água, mais que triplicando o atual espaço da fábrica, passando de 1,2 mil para 4 mil metros quadrados. Mas o projeto não visa apenas aumentar o total de cerveja produzido e, sim, criar uma unidade para visitação dos apreciadores e homebrews. “Na Copa’2010, compramos tanques e material para aumentar a produção, possibilitando produzir até 240 mil litros por mês. Agora a proposta é também trazer o cliente Backer para a fábrica”, afirma a empresária Paula Lebbos. Num anexo, serão instalados um restaurante e um pub, além de uma loja com ingredientes para os fabricantes caseiros. “Mesmo com toda turbulência internacional, a cerveja artesanal vive um bom momento. Tem muito o que crescer ainda,aproveitando grande público que se interessa pelo produto”, afirma.
Marco Falconi.Cerveja em garrafa de champane. |
Ao todo, devem ser investidos R$ 800 mil, segundo estimativas iniciais. O projeto é que a nova unidade, prevista para funcionar a partir do segundo semestre do ano que vem, produza oito rótulos (seis garrafas e dois chopes), transformando a fábrica de Ribeirão das Neves numa planta temática e deixando-a responsável apenas pela Falke Tripel Monasterium, que, feita em garrafa de champanhe e ao som de canto gregoriano, tem receita dos monges carmelitas do século 14. “Temos um mercado inexplorado muito grande. Somos terceiro maior produtor do mundo e apenas 11º no ranking de consumo per capita. Mas, com o aumento da renda, a tendência é a troca da cachaça e de bebidas destiladas pela cerveja”, afirma Falcone.
A alemanha é aqui
Sai a cachaça entra a cerveja, no lugar do torresmo, o típico chucrute acompanhado de salsichas, e em vez de samba os dançarinos devem bailar os passos da polca. Mas tudo isso sem perder o sotaque mineiro. Enquanto na Alemanha milhares de turistas invadem a relva de Theresien, nas redondezas de Munique, para comemorar a Oktoberfest, em Nova Lima, na Grande BH, é esperada invasão dos apreciadores de cerveja para desfrutar as iguarias germânicas. Tendo como mote a transformação da cidade num polo produtor de cerveja artesanal, de hoje a domingo a Praça Bernardino de Lima, no Centro da cidade, vai se transformar num pedacinho da Bavária para celebrar a Uaiktoberfest.
Pedro Rocha Franco - EM
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