13 DE AGOSTO DE 2010 – Candidato a senador por Minas Gerais, Aécio Neves defende publicamente a distribuição dos royalties do pré-sal de modo mais igualitário, diminuindo a fatia que caberia aos estados produtores em benefício das demais unidades da federação. Na ocasião, Aécio disse: “A nova produção deve ser distribuída equanimente entre todos os estados brasileiros com o critério da população e da renda. Não adianta nada você criar um país com várias divisões. Se você concentra apenas nos estados produtores, vamos ter uma educação diferenciada nesses estados, uma saúde diferenciada nesses estados. O pré-sal é uma grande oportunidade de o Brasil ser mais igual e investirmos mais, principalmente em educação e saúde.”
29 DE SETEMBRO DE 2010 – Aécio encerra sua campanha ao Senado, segundo ele, tomado pelo sentimento de responsabilidade com Minas. Naquele dia, no programa de TV, aos 24 segundos (veja abaixo), o candidato disse: “Vi renascer em mim, ainda mais fortes, os sentimentos de Minas, que têm sempre me acompanhado. O sentimento de afeto, o sentimento de respeito pelos mineiros. O sentimento de responsabilidade para com Minas”.
28 DE SETEMBRO 2011 – Um ano depois daquela fala, eleito e empossado, Aécio já não defendia Minas Gerais na questão da divisão dos recursos do pré-sal. Naquele dia, o tucano subiu à tribuna do Senado e defendeu, sim, os interesses do Rio de Janeiro. No vídeo da TV Senado, aos 29 segundos (assista abaixo), Aécio afirma: “Não se pode pensar em alterar as regras de distribuição dos royalties promovendo a retirada de recursos de Estados e municípios produtores, uma vez que esse direito foi e é assegurado pela Constituição a esses Estados. (…) Digo isso porque não será tirando de nenhum Estado produtor – especial do Rio de Janeiro – recursos que nós vamos redefinir ou refundar a Federação no Brasil”.
9 DE OUTUBRO DE 2011 – Finalmente o Senado votou o projeto dos royalties do pré-sal. Foi um duro embate. Aécio atuou como aliado do Rio, fazendo às vezes de quarto senador fluminense, deixando Minas, na prática, com apenas dois representantes.
Ao final, a despeito do esforço de Aécio, venceram os Estados não produtores.
Fica a dúvida: o que terá acontecido com aquele “sentimento de responsabilidade com Minas”?
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