quarta-feira, 11 de maio de 2011

Ricardo Teixeira é acusado de negociar votos em eleição de países-sede da Copa

David Triesman, ex-presidente da Associação Inglesa de Futebol, acusou integrantes do comitê executivo da Fifa, entre eles o chefe da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, de pedir favores em troca de votos para a candidatura da Inglaterra como sede da Copa do Mundo de 2018, informou a agência de notícias Reuters.
Ao depor na terça-feira, dia 10, para uma comissão do Parlamento britânico, Triesman afirmou que as eleições estavam viciadas desde o início. Segundo o ex-dirigente inglês, Teixeira lhe perguntou: “O que você pode fazer por mim?”, enquanto Jack Warner, de Trinidad e Tobago, pediu US$4 milhões para a construção de uma escola; o paraguaio Nicolás Leoz, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, pediu ser laureado como um sir; e o tailandês Worawi Makudi exigiu os direitos de televisão de um futuro amistoso entre Tailândia e Inglaterra.
Joseph Blatter, presidente da Fifa, tratou de desmerecer as acusações. “Fiquei chocado, mas ninguém viu as evidências”, afirmou durante uma coletiva de imprensa em Zurique. “Precisamos de tempo para digerir isso e começar a investigação pedindo que as evidências do que foi dito sejam entregues.”
Antecedentes
Não é a primeira vez que Teixeira é acusado de negociar votos. Um programa da BBC levado ao ar em novembro, a três dias da escolha das sedes da Copa de 2018 e 2022, acusou os três executivos da Fifa, inclusive Ricardo Teixeira, de terem aceitado subornos para favorecer candidaturas de países-sede.
De acordo com o programa “Panorama”, Teixeira também recebeu suborno da ISL, que comandava o marketing do futebol mundial e faliu em 2001. O brasileiro teria recebido propina para votar a favor do contrato com a empresa, acusou a BBC.
Teixeira nega as acusações, mas suspeitas semelhantes já haviam sido levantadas num livro de autoria do apresentador do programa, o repórter investigativo britânico Andrew Jennings. Clique aqui para ler entrevista publicada na edição 602 de CartaCapital, em junho de 2010, na qual Jennings fala dos escândalos da Fifa e a participação de Ricardo Teixeira.
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Segundo o periódico Tages-Anzeiger, Teixeira teria recebido até R$9,5 milhões de empresa envolvida em esquema de pagamento de propinas para contratos de direitos televisivos

Os interesses da Fifa e de Ricardo Teixeira não são necessariamente os mesmos do País

Sugado da CartaCapital

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