quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Gestores do Sul do país visitam a Rede de Urgências do Norte de Minas

Secretários de saúde paranaenses e catarinenses conheceram a organização do serviço de atendimento às urgências na região
Aprender com quem tem experiência. Foi assim que secretária de Saúde de Coronel Vivida/PR, Lisete Maria Traesel Engelmann, justificou a visita ao Samu Macronorte na última segunda-feira, 05/09. Por dois dias, gestores da saúde de 17 cidades do sudoeste do Paraná e extremo norte de Santa Catarina visitaram Montes Claros e Pirapora, no Norte de Minas, para conhecer a organização da Rede de Urgências e a forma como foram formalizados os critérios contábeis e a participação dos entes federados no processo de criação do consórcio intermunicipal de saúde que gerencia a rede, o Cisrun.
“Vamos nos reunir em assembléia, no dia 08 de outubro, para constituir um consórcio nos mesmos moldes na nossa região e vimos conhecer melhor como foi instituído o Cisrun e tentar aplicar essa experiência que está dando tão certo na criação da nossa rede de urgências. Ouvimos falar da experiência do Norte de Minas em vários eventos, no Ministério da Saúde, mas em nenhum deles foi possível ter uma idéia clara de como foi concebida a rede, na prática. Por isso, vimos beber na fonte”, justifica a gestora que também integra a Comissão Condutora Estadual de Urgência e Emergência do Paraná.
Durante um dia inteiro, os gestores se reuniram com técnicos do Samu Macronorte onde esclareceram as dúvidas. Na reunião, os técnicos do Samu explicaram como rede foi organizada, como o consórcio público foi constituído, o papel do Comitê Gestor, órgão consultivo e observador da rede, a participação do governo do Estado na viabilização do serviço e a lógica do gerenciamento da Rede de Urgências Norte, que atrela economia de recursos à promoção de saúde de qualidade aos usuários do SUS.
“Já recebemos visita de vários estados brasileiros e até de outros países e percebemos que o que mais chama a atenção dos visitantes são a integração solidária dos municípios e a participação dos entes federados no custeio do serviço”, observa Warmillon Fonseca Braga, presidente do Cisrun. A rede integra 86 municípios com população de cerca 1,6 milhão de habitantes e é custeada em 60% pelo governo do Estado, 30% pela União e 10% pelos municípios que contribuem com R$0,13 per capita. “O envolvimento dos gestores municipais no processo facilita a correção tempestiva das inconformidades evitando que pontos da rede se desconectem e que ela se fragmente. Estamos numa região de grande vulnerabilidade social, longas distâncias entre os municípios e baixa densidade demográfica e é preciso manter a equipe técnica atenta para que cada município receba atenção de acordo com sua necessidade, observando suas especificidades”, completa Warmillon.
O secretário de Saúde de Jupiá/SC, Alcir Luza, diz que tinha muitas dúvidas de como o processo poderia ser viabilizado, especialmente em relação ao custeio, mas viu que é possível, principalmente se contar com a participação do Estado, como acontece no Norte de Minas. “Volto com uma bagagem de informações enorme para repassar, mas agora tenho a convicção de que é possível criar a rede em nossa região. Quando ouvia falar da experiência do Norte de Minas, uma região que não tem renda per capita adequada, talvez uma das mais pobres do país, não entendia como foi possível se tornar referência. Mas vindo conhecer pessoalmente pude entender. A experiência da Macronorte priorizou a qualificação profissional e a integração dos municípios. Somando com o apoio do Estado, chegou a esse resultado”, analisa.
Já o que chamou a atenção de Marcos Antonio Loyola, secretário de Saúde de Clevelândia/PR, foi a forma como os recursos foram aplicados. “É um serviço de excelência, respeitado no Brasil inteiro, numa estrutura simples, sem suntuosidade. Saio fascinado com a forma como o dinheiro público é bem gerido, com o respeito ao cidadão”, avalia.
Na terça-feira, a comitiva seguiu para Pirapora, onde foi conhecer a utilização do Protocolo de Manchester na atenção primária, cujos resultados também são referência para o país.

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