segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Acorrentados, educadores mineiros protestam contra o governo que não paga o piso.

Greve de fome.
Em greve há 97 dias, professores da rede estadual de ensino participam de uma manifestação, na manhã desta segunda-feira (12), na Região Central de Belo Horizonte. Acorrentados ao “Pirulito” da Praça Sete desde ás sete horas da manhã, o grupo, com cartazes nas mãos e narizes de palhaço, reivindica melhorias para a categoria. Os manifestantes permanecerão em greve de fome até às 19h de hoje.
Os grevistas reforçam que enquanto o Governo do Estado não atender às exigências, não voltam às aulas, apesar da promessa feita pelo governador Antônio Anastasia de que ainda nesta semana a paralisação chega ao fim. A professora de história Cláudia Simões, 47 anos, afirma que os educadores não pretendem ceder à ordem. “A greve só acaba quando houver o pagamento do piso. A palavra do governador não vai interferir na decisão do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE). O Ministério Público também não vai nos atrapalhar. O governo tem tentado nos anular, mas não pode contestar a lei do Superior Tribunal Federal (STF)”, disse.
O professor de história Hallisson Nunes, 39 anos, conta que os professores em greve já estão há mais de dois meses sem receber o salário. “O pagamento foi cortado no primeiro mês de paralisação. A greve é um direito garantido por constituição. Deveríamos receber”, explica. A previsão é de que o protesto dure até as 19 horas. Não há tumulto ou desorganização e  trânsito flui normalmente no local. Na quinta-feira (15), os grevistas realizam nova assembleia.
De acordo com o Sind-UTE, a proposta apresentada pelo Governo do Estado, os professores com Ensino Médio e Licenciatura Curta, num prazo de 45 anos, não receberiam aumento e continuariam com o piso de R$ 712,20. Já os educadores com Licenciatura Plena, ao cabo de 27 anos, receberiam um reajuste de apenas R$ 6,13, passando de R$ 712,20 para R$ 718,33. Os professores com Especialização, após seis anos, passariam a ganhar R$ 0,37 a mais, passando de R$ 712,20 a R$ 712,57. Os educadores com mestrado, que hoje recebem R$ 819,43, em 45 anos, ganhariam reajuste de R$ 420. Já os professores com Doutorado, que atualmente recebem R$ 999,70, passariam a receber R$ 1.512,14 após 45 anos, enquanto a média do piso nacional é, hoje, de 1.926,89.

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