Caso que levantou suspeita contra o maior número de congressistas, o escândalo dos sanguessugas faz hoje, quarta-feira (4), cinco anos com apenas um ex-deputado condenado entre as mais de 300 pessoas processadas criminalmente.
Em 4 de maio de 2006, a Polícia Federal cumpriu 46 mandados de prisão contra políticos e assessores acusados de desviar verbas do Orçamento na compra de ambulâncias superfaturadas por prefeituras – uma fraude de mais de R$100 milhões. Com base em depoimentos e documentos fornecidos pela família Vedoin (dona da empresa Planam, pivô do esquema), foi criada uma CPI que pediu abertura de processo de cassação contra 69 deputados federais e três senadores. Os empresários Darci e Luiz Antonio Vedoin pedem perdão judicial alegando que ajudaram na apuração.
Condenado a 2 anos de cadeia, recorreu.
Nenhum parlamentar perdeu o mandato, mas a repercussão do caso levou muitos a desistir da reeleição: apenas cinco voltaram à Câmara em 2007. Na área jurídica, o total de acusados foi maior. Na Justiça Federal de Mato Grosso foram abertos 285 processos criminais contra mais de 300 acusados. Segundo o Ministério Público Federal, 31 sentenças foram proferidas, sendo 22 condenações. O único ex-deputado atingido foi Cleuber Carneiro (DEM-MG), condenado em 2010 por corrupção passiva. A pena de dois anos de prisão foi convertida em prestação de serviços e a defesa recorreu.
Já na área cível, foram abertos mais de 100 processos por improbidade administrativa em diversos Estados.As condenações são poucas. A primeira ocorreu em agosto de 2009, contra o ex-deputado federal Cabo Júlio (MG), que recorreu. Acusado de integrar o núcleo do esquema, Nilton Capixaba (PTB-RO) retornou à Câmara neste ano.
Relembre o caso:
Os Vedoin acusam Serra
Donos da Planam afirmam que o ex-ministro da Saúde José Serra está envolvido com a máfia das ambulâncias e entregam novos documentos sobre a distribuição de propinas Leia a matéria completa aqui.
Serra e os vampiros
O inquérito sigiloso da Operação Vampiro mostra como a quadrilha agiu livremente na gestão de José Serra, sem ser investigada. E prova que Serra sabia. Leia a matéria aqui.
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