domingo, 4 de setembro de 2011

Produtor do Norte teme avanço de banana importada


Doenças e preço menor preocupam agricultor de Minas
JANAÚBAA pretensão do Brasil de comprar banana da Colômbia, Costa Rica e Equador está preocupando os produtores do Norte de Minas, que têm 12 mil hectares desta cultura e onde são gerados aproximadamente 40 mil empregos diretos e indiretos.
O diretor da Central de Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Dirceu Colares Moreira, eleito esta semana presidente da Confederação Brasileira dos Produtores de Banana, relata que o Ministério das Relações Exteriores iniciou estudos para a importação da banana.
A guerra no Oriente Médio e a crise econômica mundial estão deixando a Colômbia, Costa Rica e Equador com grande volume de banana represada por falta de mercado consumidor. Nesta época do ano, há ainda o Verão na Europa, com consumo de frutas típicas e frescas. Diante deste cenário, os três países direcionaram o seu foco para o Brasil, onde estudos indicam que apenas 6% da população consomem 400 gramas de frutas por dia, como determina a Organização Mundial da Saúde.
O diretor da Abanorte explica que os produtores do Brasil estão demonstrando ao Governo brasileiro que a banana destes três países tem doenças como a Sigatoka Negra e Moco da Bananeira que, caso entrem no Brasil, comprometeriam a qualidade da banana nacional. No próximo dia 14, durante reunião em Brasília, será discutido o impacto fitossanitário com a abertura da importação, além do impacto financeiro. A entrada de uma banana mais barata pode inviabilizar a produção nacional.
Atualmente a caixa com 21 quilos de banana prata está sendo vendida a R$ 14,00. O preço é o menor deste ano, quando a caixa já chegou a R$ 30,00. Dirceu Colares Moreira frisa que o mercado interno está sendo o novo foco dos produtores de banana, pois há um potencial muito forte. Ele lembra que o Norte de Minas se destaca como maior produtor de banana prata do Brasil, atendendo aos principais mercados consumidores.
O Norte do Estado tem 20 mil hectares plantados de frutas, sendo 12 mil hectares de banana, 3 mil de Limão Taiti, 2 mil de manga e mil hectares de mamão, que está em processo de expansão. O plantio de frutas é um dos maiores geradores de empregos da região, principalmente nos projetos irrigados Jaíba, Gorutuba e Pirapora. A implantação do Projeto Jequitaí, com 70 mil hectares, fortalecerá ainda mais a região nesta área.
Norte de Minas quer porto seco para exportar frutas
Além de garantir o abastecimento do mercado interno, o Norte de Minas quer criar um porto seco para atender suas demandas de exportações. Desde 2006, o presidente do Núcleo Norte de Minas da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Ariovaldo Melo Filho, lançou uma campanha, depois de frustrada a tentativa de criar a Zona de Processamento de Exportações (ZPE). O Norte de Minas exporta atualmente Limão, Manga e Banana Orgânica.
A secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior, Thaise Dutra, explicou às lideranças do Norte de Minas que o projeto de um porto seco pode atender aos empreendimentos já implantados na região, como é o caso da fruticultura. O fruticultor Dirceu Colares entende que a criação do porto seco viria atender a uma necessidade, pois atualmente a fruta do Norte de Minas demora 20 dias para chegar à Europa. O porto seco reduziria o prazo para dez dias, eliminando a burocracia aduaneira.
Girleno Alencar - Do Hoje em Dia

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